Diário de Notícias

Médicos internos “já dão tempo” ao SNS

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O Bastonário da Ordem dos Médicos disse ontem que a ideia de sujeitar médicos formados pelo Estado a um tempo mínimo no Serviço Nacional de Saúde (SNS) revela desconheci­mento, porque “os médicos internos já dão esse contributo”. Assegurand­o não querer comentar os programas eleitorais de cada partido, Carlos Cortes esclareceu, em Tomar, o polémico ponto do Programa do PS e afirmou que “os médicos internos, ou seja, os médicos ditos em formação, são médicos com autonomia e representa­m um terço dos médicos do SNS. Dos pouco mais de 30 mil médicos que existem no SNS, 10 mil são médicos internos e esses médicos têm uma atividade muito importante dentro do SNS”. Estes profission­ais, frisou, “fazem consultas, contribuem para cirurgias, e trabalham no serviço de urgência”, entre outros.

S “ofreu muito ao ser acusado desta forma.” “São constantes as agressões ao autor.” “São constantes as ofensas ao seu bom nome e imagem.”

“O autor foi vexado, ficando moralmente afetado na sua honra e no seu bom nome.”

“Sendo frequentem­ente apelidado de ‘racista’, ‘extrema-direita nazi’, ‘fascista’, ‘xenófobo’.”

“A dor, o vexame, o desgosto levaram a uma angústia sem paralelo que provocaram grande dor e sofrimento ao autor.”

“Ficou ansioso, desmoraliz­ado, muito mais nervoso, e impaciente, o que contribuiu em muito para um distanciam­ento com a família e amigos.”

“Após a publicação da notícia cada deslocação deixava-o sempre muito ansioso, e com medo de sofrer agressões.”

“Este impacto sentiu-se não só na sua vida pessoal como também na vida política, a ansiedade, o nervosismo causado por esta notícia abalaram a sua capacidade de trabalhar, criaram alguns receios nas decisões a tomar (…), sentiu medo das represália­s, por si pelo impacto que esta notícia teve na comunidade, e nos seus candidatos.”

“O comportame­nto dos réus afetou o resultado político tanto do autor e do partido que este representa.”

As frases citadas fazem parte da matéria dada como não-provada na sentença, conhecida na passada semana, que absolveu o Diário de Notícias e esta jornalista num processo cível movido por André Ventura.

Nesse processo, o deputado e líder do Chega (que pode ainda recorrer da decisão para o Tribunal da Relação) exigia 50 mil euros para compensar os “danos morais”, por “violação do seu direito à honra e ao bom nome”. Tal violação, sustentava, fora perpetrada na manchete de 7 de dezembro de 2021 do DN – “Supremo confirma ‘racismo’ de Chega! e AndréVentu­ra” – a qual referia a condenação de Ventura e Chega por, precisamen­te, “ofensas ao direito à honra e imagem ofensas ao direito à honra e imagem (…) com vertente discrimina­tória em função da cor da pele e da situação socioeconó­mica” de uma família de residentes (todos negros) do Bairro da Jamaica.

Esta espécie de recurso paródico à Justiça – condenados por violação do direito ao bom nome que se consideram feridos no bom nome por uma notícia sobre a respetiva condenação – seria sempre assinaláve­l num partido e num seu líder. Mas é-o ainda mais porque está longe de ser única: querVentur­a quer o Chega estão a recorrer repetidame­nte aos tribunais contra quem refere esta condenação – caso de Catarina Martins, a ex-coordenado­ra do Bloco de Esquerda, que o presidente do Chega acusa do crime de “difamação agravada” por ter afirmado, no debate comVentura nas pré-legislativ­as de 2022, que ele fora condenado por racismo – e contra quem denuncia

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