A IA e o Ensino em debate no dia 28
O ciclo de conferências
Da Inteligência Humana à Inteligência Artificial prossegue a 28 de fevereiro (18.00) sob o tema “A IA pode mudar processos de ensinar e avaliar alunos?”, com Mário Figueiredo, docente no Instituto Superior Técnico.
garanta o princípio da explicabilidade. Ou seja, não basta introduzir uma enormidade de dados de grande qualidade num sistema, sem perceber o processo que trabalhou os dados. Se o princípio da explicabilidade estiver assegurado, temos um processo transparente e teremos a capacidade de atribuição justa das responsabilidades quando algo corre mal. Ou seja, um princípio obriga a que os outros sejam enumerados. Os quatro princípios que referi há pouco são exigidos em todas as iniciativas ético-jurídicas em relação à IA. única e aplicada diferentemente a distintas atividades humanas, aí já posso falar de diferentes éticas aplicadas. Porque compreendo que uma mesma ética que assiste à prestação de cuidados de saúde, depois se especifique em princípios que podem ser diferentes de uma mesma ética aplicada à IA. Pode esclarecer-nos este ponto? Sim. Se eu falar em termos éticos na prestação de cuidados de saúde, o grande princípio individual que é o da dignidade humana vai exprimir nos cuidados de saúde o respeito pela autonomia do paciente. Mas se for aplicar a mesma racionalidade ética à IA, dir-lhe-ia que o mesmo princípio da dignidade humana vai expressar-se em termos da obrigatoriedade de atribuir o mesmo estatuto a todas as pessoas. O princípio da Justiça Social em termos coletivos também é transversal em qualquer tipo de ética que falemos. Neste ponto tenho de ser crítica. Há muita gente que fala do ponto de vista ético sem uma formação específica na área da ética. Como a ética fala de uma terminologia que é do quotidiano, parece que toda a gente pode fazer uma análise ética rigorosa. Mesmo entre os eticistas, a inovação parece marcar pontos. Se criar uma ética como a das máquinas, serei mais citada do que se falar de ética em inúmeras áreas.