Turismo do Norte reforça ligações aéreas e confia em “promessa da TAP” após 2025
Porto e Norte preveem ultrapassar bons resultados de 2023 à boleia dos mercados intercontinentais. Conversações com a TAP estão no bom caminho, garante o presidente do turismo da região.
Afasquia para este ano está alta depois de 2023 ter trazido recordes ao turismo do país, mas para o Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP) a expectativa é a de que nos próximos meses seja possível superar os bons resultados do ano passado. A aposta em novas ligações aéreas e o interesse crescente de companhias internacionais na região fazem antever o aumento do número de turistas, principalmente de mercados intercontinentais com elevado poder de compra. Em 2023 operaram no aeroporto Francisco Sá Carneiro 30 companhias aéreas responsáveis por 106 rotas. O número de passageiros movimentados também cresceu 16% face a 2019 para 15,2 milhões.
“Tudo aponta para que possamos ultrapassar os números de 2023. Temos trabalhado ao nível da promoção externa em mercados estratégicos como os Estados Unidos, o Canadá, o Brasil e a Ásia-Pacífico. Estes mercados são muito importantes, porque são de alto rendimento, com maior poder de compra, deixam mais na economia”, diz ao DN/DV o presidente do TPNP.
Ontem, a propósito do lançamento de uma nova marca do TPNP, Luís Pedro Martins salientou que “há boas notícias” no aeroporto do Porto com o regresso das frequências da Emirates, que estavam suspensas desde a pandemia, e com a estreia de novas ligações de companhias como a Jet2, a United Airlines, a Delta, a Lufthansa, a Turkish Airlines ou a SATA, que irá operar voos diretos entre Nova Iorque, Boston e Toronto e a Invicta. Em negociações com a região está ainda a brasileira Azul.
Já a relação da Invicta com a TAP parece estar a chegar a bom porto, depois de anos pautados pelas críticas de falta de investimento da companhia a Norte do país. Para já há uma “promessa” do atual presidente executivo, Luís Rodrigues, de olhar para a infraestrutura do Porto de forma diferente. “Queremos imaginar que a partir de 2025, quando a atual administração já estiver livre do atual plano de reestruturação, cumprirá a promessa de um trabalho diferente no que diz respeito ao aeroporto do Porto. Esta promessa é a de passar a valorizá-lo naquilo onde a TAP pode ser relevante, que é nas ligações aos Estados Unidos e ao Brasil”, aponta o responsável. Luís Pedro Martins está confiante numa mudança de rumo relativamente ao investimento futuro da companhia de bandeira na região e aplaude as conversações que tem mantido com a transportadora aérea. “Sempre dissemos que a anterior administração da TAP poderia ter feito muito mais. Damos o benefício da dúvida a esta administração, uma vez que recebeu o problema nas mãos e está condicionada a um plano de reestruturação. Temos um diálogo com a TAP, como nunca existiu, com o CEO Luís Rodrigues. E destaco o trabalho de que já estamos a beneficiar, da SATA, que foi iniciado pelo Luís Rodrigues [quando liderava a companhia açoriana] e já nos está a trazer grandes notícias, como as novas ligações que referi anteriormente”, explica. Sobre o futuro da companhia, o presidente do TPNP assume que uma privatização total “é motivo de preocupação”, sublinhando que é importante “que o Estado português mantenha uma participação no capital da empresa”.
Luís Pedro Martins admite também que a infraestrutura aeroportuária do Porto esteja a ganhar com os constrangimentos do aeroporto de Lisboa. “Calculo que em 2024 isso se possa vir a sentir mais, porque à medida que o aeroporto de Lisboa fica com menos capacidade, claro que há uma oportunidade para o Francisco Sá Carneiro”, constata, ressalvando que, por outro lado, a região também perde com os problemas do Humberto Delgado.
“Não ficamos satisfeitos com as dificuldades do aeroporto da Portela, uma vez que acaba por prejudicar o país e todas as regiões, incluindo a
Região quer captar mais turistas norte-americanos e brasileiros. nossa. Há muitos turistas que chegam a Lisboa e depois viajam para o Porto, seja pela ponte aérea ou deslocando-se através de viatura própria ou recorrendo à ferrovia. Terem uma má experiência nesse aeroporto não nos pode deixar satisfeitos”, salienta.
O TPNP lançou ontem uma nova marca sob o mote “origem e original’’ que tem na sua génese a pré-nacionalidade inspirada nos tempos ancestrais das pinturas rupestres de Foz Côa. O objetivo é consolidar e reforçar a notoriedade da região pela sua diversidade e sofisticação, desenvolvendo estratégias e projetos que visem o desenvolvimento sustentável do setor, a digitalização e o reforço do posicionamento junto dos mercados alvo.