Diário de Notícias

Putin regozija-se com a “fuga caótica” na margem esquerda do Dniepre

Forças ucranianas retiraram da testa de ponte formada em outubro. Estocolmo anuncia pacote de 633 milhões de euros em auxílio de Kiev.

- C.A. com LUSA

Um dia depois de o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky ter reconhecid­o uma situação “extremamen­te difícil” em vários pontos da frente devido à falta de munições e de armamento, o líder russo Vladimir Putin regozijou-se com a retirada ucraniana da margem esquerda do rio Dniepre. Perante mais um capítulo da hesitação alemã quanto ao fornecimen­to dos mísseis Taurus, a Suécia anunciou o maior pacote de ajuda militar.

Vladimir Putin reivindico­u um novo sucesso militar com a tomada de Krynky, na região de Kherson, dias depois de as suas forças terem tomado Avdiivka, no Donbass (leste).

“De facto, Krynky foi limpa e, de facto, controlamo­s todo o rio”, disse o ministro da Defesa Sergei Shoigu a Putin. Em outubro, as forças ucranianas formaram uma testa de ponte na margem esquerda do Dniepre, onde se concentram as tropas russas perto da região de Kherson. Desde então, as tropas russas lançaram ataques continuado­s para recuperar aquele pedaço de território.

Putin aproveitou o momento para ironizar sobre a “fuga caótica” das forças ucranianas. “Esta fuga caótica ocorreu no momento em que o comando das Forças Armadas ucranianas emitiu a ordem de retirada às suas forças que já estavam movimento e em retirada.” Putin acrescento­u que esta ordem de retirada foi emitida “por razões políticas, com o objetivo de dissimular este movimento e lhe fornecer uma aparência de retirada organizada”.

A Ucrânia admitiu estar sob dezenas de ataques russos nas frentes leste e sul, um dia após o presidente ucraniano falar de uma situação “extremamen­te difícil” para as suas forças, privadas de munições. Foi esse o tema da conversa do ministro da Defesa Rustem Umerov e do novo comandante das Forças Armadas Oleksandr Syrsky com o secretário da Defesa dos EUA Lloyd Austin. O Senado aprovou um pacote de ajuda de 60 mil milhões de dólares, mas a sua discussão e votação ainda não foi agendada na Câmara dos Representa­ntes, onde não é líquido que passe.

Em auxílio de Kiev saiu o Governo sueco. Estocolmo vai entregar munições de artilharia e de defesa aérea, embarcaçõe­s, minas e torpedos no valor de 633 milhões de euros, o maior pacote de ajuda à Ucrânia deste país prestes a fazer parte da NATO.

Em Berlim, a coligação continua sem chegar a acordo sobre o envio dos mísseis Taurus, com alcance de 500 quilómetro­s. A deputada dos liberais Marie-Agnes Strack-Zimmermann anunciou que vai apoiar uma iniciativa parlamenta­r da CDU que explicita o pedido dos Taurus. O chanceler Olaf Scholz tem hesitado sobre esta medida por temer o avolumar da guerra.

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Performanc­e em Kiev evoca 10 anos da morte de manifestan­tes.

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