Poeta e herói da resistência
Nascido na Anatólia em 1906, Missak Manouchian sobrevive ao genocídio arménio cometido pelo Império Otomano. Depois de ter sido acolhido num orfanato no Líbano, desembarcou em Marselha com 18 anos. Marceneiro e operário em Paris, cultiva-se em paralelo numa biblioteca, escreve poemas e colabora em revistas literárias antes de aderir, em 1934, ao Partido Comunista Francês. É também na capital francesa que se reencontra com a mulher da sua vida, Mélinée. Cinco anos depois entra na clandestinidade e em 1943 chefia o grupo de franco-atiradores e partizans estrangeiros. Apátrida (apesar de ter pedido a nacionalidade francesa), é executado com 21 outros antifascistas em 21 de fevereiro de 1944.
“Missak Manouchian entra aqui ainda inebriado com os seus sonhos: a Arménia libertada da dor, a Europa fraterna, o ideal comunista, a justiça, a dignidade, os sonhos franceses, os sonhos universais.” Emmanuel Macron Presidente de França
de Missak, Mélinée, que sobreviveu ao nazismo e morreu em 1989.
Familiares dos fuzilados não queriam a presença de Marine Le Pen: na fundação do partido do seu pai, então Frente Nacional, faziam parte antigos colaboracionistas. O sobrinho-neto de Cesare Luccarini, antifascista italiano executado ao lado de Manouchian, pediu “solenemente” para Marine Le Pen não fazer parte da cerimónia. O mesmo disse Georges Duffau-Epstein, filho de outro executado, Joseph Epstein. Macron disse-o em entrevista ao L’Humanité. “As forças de extrema-direita fariam bem em não estar presentes, dada a natureza da luta de Manouchian”, disse, invocando ainda “um espírito de decência”.
Marine Le Pen reagiu dizendo-se ofendida pelos comentários “escandalosos e ultrajantes” e disse que a sua ausência é que seria “surpreendente”.