A SEMANA NUM MINUTO
Sáb. “Chamam-me campeão. É bom ouvir”. E agora vai de férias
Paris. A capital francesa é, em dois momentos bem diferentes, o próximo objetivo de um dos mais recentes heróis desportivos nacionais: Diogo Ribeiro. Aos 19 anos, o nadador do Benfica conseguiu fazer com que muitos portugueses ficassem a assistir durante alguns segundos a uma prova de natação. Foi assim na final dos 100 metros mariposa do Mundial de Doha, tal como já tinha sido na dos 50 metros. Em ambas o mesmo final: a medalha de ouro ao peito e A Portuguesa a ouvir-se. Já em Lisboa, o atleta que é considerado um dos prodígios nacionais na modalidade disse à jornalista do DN Isaura Almeida que agora ia de férias para Paris, cidade onde no verão vai participar nos Jogos Olímpicos. Portanto, nos próximos tempos todos os pensamentos de Diogo Ribeiro estão na cidade Luz. Que se espera ver novamente iluminada com o sorriso do jovem.
Dom. Na Galiza mandam os conservadores. E socialistas ao longe...
O voto sentidiño (ou seja, responsável) terá ajudado o Partido Popular a manter a maioria absoluta no Parlamento da Galiza, numas eleições regionais espanholas que tiveram uma leitura nacional, apesar de o PSOE, que caiu para terceira força na região, recusar fazer essa análise. Se a vitória de Alfonso Rueda, que contou com o apoio do anterior presidente da Xunta e líder do PP regional e agora líder nacional Alberto Núñez Feijóo, não surpreende – afinal a Galiza tem sido desde 1981 (altura da autonomia) quase sempre território conservador, a exceção aconteceu no período 1987-1990 –, já os resultados dos socialistas penalizam o partido que lidera o governo espanhol. Aliás, o mesmo aconteceu ao Sumar – que também faz parte do governo – que só obteve 1,9% dos votos. É caso para dizer que na Galiza o governo liderado pelo socialista Pedro Sánchez não recolhe grandes simpatias.
2.ª Polícias protestam no dia do debate entre PNS e Montenegro
O dia do debate mais esperado da pré-campanha eleitoral – entre o líder do PS, Pedro Nuno Santos, e o da AD, Luís Montenegro – acabou por ficar na história das legislativas 2024 como aquele em que os elementos das forças de segurança decidiram mudar sem aviso o local de uma manifestação indo para junto do teatro Capitólio, onde o debate teria lugar. Gritando palavras/frases de ordem como “Polícia unida jamais será vencida”, uns milhares de polícias foram mostrar o seu descontentamento pelo facto de o Governo não responder positivamente às suas reivindicações. Foi mais um momento de protesto, que acabou por também ser uma desautorização das organizações que idealizaram a manifestação no Terreiro do Paço e que garantiram não se associar à mudança operada em relação ao local de protesto. O que, a ser verdade, mostra a influência que movimentos sem rosto, mas com muita presença nas redes sociais, têm nas policias.
3.ª Assange espera decisão que pode levar dias, horas ou meses...
Julian Assange é uma figura que divide: são tantas as pessoas que elogiam o seu trabalho a divulgar documentos secretos, como as que querem julgá-lo e condená-lo. Atualmente detido na prisão de máxima segurança de Belmarsh, em Londres, depois de ter passado sete anos na embaixada do Equador na capital inglesa, o fundador da WikiLeaks aguarda uma decisão de dois juízes para saber se vai ser extraditado para os Estados Unidos, país que tenta julgá-lo pela divulgação de documentos e onde, segundo a sua defesa, pode ser condenado a mais de 170 anos de prisão. Os dois dias de audiência foram acompanhados por manifestações à porta do tribunal contra uma eventual decisão de extradição, mas sem nenhuma sentença dos juízes do Tribunal Superior do Reino Unido. Que podem demorar semanas, meses ou dias a anunciar o veredicto. Até lá o australiano fica na prisão e, segundo os seus representantes, com a saúde muito frágil.
4.ª Embaixador russo sem respostas para morte de Navalny
“Infelizmente a resposta do lado russo foi uma resposta perfeitamente insuficiente”. Uma frase bastava para se perceber que o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal não tinha ficado satisfeito com o diálogo que terá mantido com o embaixador da Rússia no nosso país quando lhe foram pedidas explicações sobre a morte de Alexei Navalny. Mas para que não restassem dúvidas, João Gomes Cravinho acrescentou: “Como se a morte do principal opositor de Putin fosse um assunto de importância menor.” Mikhail Kamynin terá dito ao governante que a morte de Navalny era uma “questão puramente interna da Rússia”. Como os representantes russos em vários países europeus também foram chamados a dar explicações, e partindo do princípio que as respostas terão sido idênticas, esta falta de esclarecimentos para uma morte depois de uma caminhada na prisão onde cumpria pena é mais um tema para agravar as relações com o país que invadiu a Ucrânia há precisamente dois anos.
5.ª Artur Jorge. O treinador que adorava poesia e arte
Este foi o dia em que o futebol português perdeu um dos seus maiores nomes: Artur Jorge. Na sua longa história desportiva destaca-se o facto de ter sido o primeiro treinador português a vencer a (então) Taça dos Campeões Europeus: em 1987, ao comando do FC Porto, o clube da cidade onde nasceu. Na carreira passou pelo Belenenses, Benfica, Académica de Coimbra e FC Porto. Como técnico liderou o Paris Saint-Germain, Tenerife, Vitesse, Al-Nasr, Al-Hilal, Académica de Coimbra, CSKA Moscovo, e as seleções de Portugal, Suíça e Camarões. Ficou ainda ligado à fundação do Sindicato dos Jogadores de Futebol em 1974, tendo sido o seu primeiro presidente. Fora dos relvados, era conhecido o seu gosto pela arte e pela poesia. Por tudo isso, as palavras do presidente do FC Porto, Pinto da Costa, não podiam ser mais acertadas: “A história dele não é só importante no FC Porto, mas também no futebol português.”
6.ª Gouveia e Melo diz ser inaceitável ter militares a protestar na rua
A semana acaba com uma nova ameaça: os militares podem vir para a rua manifestar-se contra o futuro Governo caso sejam atendidas as reivindicações das forças de segurança sem que seja dada semelhante atenção aos militares. O alerta/ameaça das associações que representam os oficiais, sargentos e praças das Forças Armadas pretende chamar a atenção para o facto de o fosso “entre as remunerações dos militares da GNR e as das Forças Armadas ser cada vez maior”, como sublinhou o coronel António Mota, presidente da Associação de Oficiais das Forças Armadas. Esta posição recebeu resposta rápida do Chefe de Estado-Maior da Armada. O almirante Gouveia e Melo frisou que uma manifestação de militares é “completamente inaceitável”. Perante tais declarações resta esperar para ver quem vai ganhar este braço de ferro.