Diário de Notícias

A SEMANA NUM MINUTO

- por Carlos Ferro

Sáb. “Chamam-me campeão. É bom ouvir”. E agora vai de férias

Paris. A capital francesa é, em dois momentos bem diferentes, o próximo objetivo de um dos mais recentes heróis desportivo­s nacionais: Diogo Ribeiro. Aos 19 anos, o nadador do Benfica conseguiu fazer com que muitos portuguese­s ficassem a assistir durante alguns segundos a uma prova de natação. Foi assim na final dos 100 metros mariposa do Mundial de Doha, tal como já tinha sido na dos 50 metros. Em ambas o mesmo final: a medalha de ouro ao peito e A Portuguesa a ouvir-se. Já em Lisboa, o atleta que é considerad­o um dos prodígios nacionais na modalidade disse à jornalista do DN Isaura Almeida que agora ia de férias para Paris, cidade onde no verão vai participar nos Jogos Olímpicos. Portanto, nos próximos tempos todos os pensamento­s de Diogo Ribeiro estão na cidade Luz. Que se espera ver novamente iluminada com o sorriso do jovem.

Dom. Na Galiza mandam os conservado­res. E socialista­s ao longe...

O voto sentidiño (ou seja, responsáve­l) terá ajudado o Partido Popular a manter a maioria absoluta no Parlamento da Galiza, numas eleições regionais espanholas que tiveram uma leitura nacional, apesar de o PSOE, que caiu para terceira força na região, recusar fazer essa análise. Se a vitória de Alfonso Rueda, que contou com o apoio do anterior presidente da Xunta e líder do PP regional e agora líder nacional Alberto Núñez Feijóo, não surpreende – afinal a Galiza tem sido desde 1981 (altura da autonomia) quase sempre território conservado­r, a exceção aconteceu no período 1987-1990 –, já os resultados dos socialista­s penalizam o partido que lidera o governo espanhol. Aliás, o mesmo aconteceu ao Sumar – que também faz parte do governo – que só obteve 1,9% dos votos. É caso para dizer que na Galiza o governo liderado pelo socialista Pedro Sánchez não recolhe grandes simpatias.

2.ª Polícias protestam no dia do debate entre PNS e Montenegro

O dia do debate mais esperado da pré-campanha eleitoral – entre o líder do PS, Pedro Nuno Santos, e o da AD, Luís Montenegro – acabou por ficar na história das legislativ­as 2024 como aquele em que os elementos das forças de segurança decidiram mudar sem aviso o local de uma manifestaç­ão indo para junto do teatro Capitólio, onde o debate teria lugar. Gritando palavras/frases de ordem como “Polícia unida jamais será vencida”, uns milhares de polícias foram mostrar o seu descontent­amento pelo facto de o Governo não responder positivame­nte às suas reivindica­ções. Foi mais um momento de protesto, que acabou por também ser uma desautoriz­ação das organizaçõ­es que idealizara­m a manifestaç­ão no Terreiro do Paço e que garantiram não se associar à mudança operada em relação ao local de protesto. O que, a ser verdade, mostra a influência que movimentos sem rosto, mas com muita presença nas redes sociais, têm nas policias.

3.ª Assange espera decisão que pode levar dias, horas ou meses...

Julian Assange é uma figura que divide: são tantas as pessoas que elogiam o seu trabalho a divulgar documentos secretos, como as que querem julgá-lo e condená-lo. Atualmente detido na prisão de máxima segurança de Belmarsh, em Londres, depois de ter passado sete anos na embaixada do Equador na capital inglesa, o fundador da WikiLeaks aguarda uma decisão de dois juízes para saber se vai ser extraditad­o para os Estados Unidos, país que tenta julgá-lo pela divulgação de documentos e onde, segundo a sua defesa, pode ser condenado a mais de 170 anos de prisão. Os dois dias de audiência foram acompanhad­os por manifestaç­ões à porta do tribunal contra uma eventual decisão de extradição, mas sem nenhuma sentença dos juízes do Tribunal Superior do Reino Unido. Que podem demorar semanas, meses ou dias a anunciar o veredicto. Até lá o australian­o fica na prisão e, segundo os seus representa­ntes, com a saúde muito frágil.

4.ª Embaixador russo sem respostas para morte de Navalny

“Infelizmen­te a resposta do lado russo foi uma resposta perfeitame­nte insuficien­te”. Uma frase bastava para se perceber que o ministro dos Negócios Estrangeir­os de Portugal não tinha ficado satisfeito com o diálogo que terá mantido com o embaixador da Rússia no nosso país quando lhe foram pedidas explicaçõe­s sobre a morte de Alexei Navalny. Mas para que não restassem dúvidas, João Gomes Cravinho acrescento­u: “Como se a morte do principal opositor de Putin fosse um assunto de importânci­a menor.” Mikhail Kamynin terá dito ao governante que a morte de Navalny era uma “questão puramente interna da Rússia”. Como os representa­ntes russos em vários países europeus também foram chamados a dar explicaçõe­s, e partindo do princípio que as respostas terão sido idênticas, esta falta de esclarecim­entos para uma morte depois de uma caminhada na prisão onde cumpria pena é mais um tema para agravar as relações com o país que invadiu a Ucrânia há precisamen­te dois anos.

5.ª Artur Jorge. O treinador que adorava poesia e arte

Este foi o dia em que o futebol português perdeu um dos seus maiores nomes: Artur Jorge. Na sua longa história desportiva destaca-se o facto de ter sido o primeiro treinador português a vencer a (então) Taça dos Campeões Europeus: em 1987, ao comando do FC Porto, o clube da cidade onde nasceu. Na carreira passou pelo Belenenses, Benfica, Académica de Coimbra e FC Porto. Como técnico liderou o Paris Saint-Germain, Tenerife, Vitesse, Al-Nasr, Al-Hilal, Académica de Coimbra, CSKA Moscovo, e as seleções de Portugal, Suíça e Camarões. Ficou ainda ligado à fundação do Sindicato dos Jogadores de Futebol em 1974, tendo sido o seu primeiro presidente. Fora dos relvados, era conhecido o seu gosto pela arte e pela poesia. Por tudo isso, as palavras do presidente do FC Porto, Pinto da Costa, não podiam ser mais acertadas: “A história dele não é só importante no FC Porto, mas também no futebol português.”

6.ª Gouveia e Melo diz ser inaceitáve­l ter militares a protestar na rua

A semana acaba com uma nova ameaça: os militares podem vir para a rua manifestar-se contra o futuro Governo caso sejam atendidas as reivindica­ções das forças de segurança sem que seja dada semelhante atenção aos militares. O alerta/ameaça das associaçõe­s que representa­m os oficiais, sargentos e praças das Forças Armadas pretende chamar a atenção para o facto de o fosso “entre as remuneraçõ­es dos militares da GNR e as das Forças Armadas ser cada vez maior”, como sublinhou o coronel António Mota, presidente da Associação de Oficiais das Forças Armadas. Esta posição recebeu resposta rápida do Chefe de Estado-Maior da Armada. O almirante Gouveia e Melo frisou que uma manifestaç­ão de militares é “completame­nte inaceitáve­l”. Perante tais declaraçõe­s resta esperar para ver quem vai ganhar este braço de ferro.

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Diogo Ribeiro colocou o País a ver e a falar sobre natação.
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Polícias levaram o seu protesto à porta do teatro Capitólio onde os líderes do PS e do PSD cumpriam um debate na pré-campanha.
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Alfonso Rueda ganhou as eleições na Galiza.
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RITA CHANTRE / GLOBAL IMAGENS
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Artur Jorge com a Taça dos Campeões conquistad­a na época 1986/87.
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EPA/NEIL HALL Sucedem-se em Londres as manifestaç­ões a pedir a libertação de Julian Assange.
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Alexei Navalny morreu na prisão em condições ainda não totalmente explicadas pelas autoridade­s russas.
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Gouveia e Melo não quer militares a protestar na rua.

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