Diário de Notícias

Pichardo falha mais um Mundial e adensa mistério sobre regresso

O campeão olímpico do triplo salto está afastado das pistas desde maio devido a lesão e continua sem se inscrever na federação. Auriol e Mamona também desfalcam Portugal. Pichardo pode regressar a 24 de abril, na Liga Diamante, uma prova onde os atletas c

- TEXTO ISAURA ALMEIDA

Quando o assunto é Pedro Pichardo as perguntas são mais do que as respostas. O campeão olímpico do triplo salto não compete há quase um ano e continua sem estar inscrito, desfalcand­o assim a seleção nacional de atletismo pelo segundo Mundial consecutiv­o. O atleta do Benfica é uma das baixas de peso para os Campeonato­s do Mundo de pista coberta, que se realizam em Glasgow, na Escócia, de 1 a 3 de março; sendo que também Auriol Dongmo e Patrícia Mamona vão estar ausentes por lesão (ver quadro).

Tal como o DN noticiou em dezembro, Pichardo está em conflito com o Benfica, não tendo até ontem registado o contrato que o vincula ao clube. Uma atitude que levanta dúvidas sobre o seu futuro, uma vez que o saltador já deixou passar as duas janelas de transferên­cia para se poder inscrever como atleta individual (situação permitida em caso de conflito laboral para que os atletas possam continuar a competir). Agora, só poderá entrar em provas se for em representa­ção do Benfica, clube que há quatro meses registou o seu contrato na Federação Portuguesa de Atletismo (FPA) e, desde então, aguarda que o atleta o valide na plataforma.

Pichardo tem mesmo de o fazer se quiser tentar apurar-se para os Jogos Olímpicos Paris2024 (26 de julho a 11 de agosto). O triplista não compete desde 5 de maio, quando venceu o triplo salto na etapa da Liga Diamante, em Doha, no Qatar, tendo depois falhado os Mundiais de Budapeste em agosto devido a “sintomas de lombalgia” que já o tinham afastado de outras provas, segundo justificou na altura a federação liderada por Jorge Vieira.

Desde que se recusou treinar e realizar tratamento­s médicos no Benfica que o atleta passou a tratar-se com os especialis­tas da FPA. Contudo, passados seis meses, a situação clínica permanece um mistério e, apesar de contactado­s pelo DN, até à hora de fecho desta edição nem Pedro Pichardo, nem o Benfica deram qualquer esclarecim­ento, enquanto a federação se escuda na confidenci­alidade da relação médica com a atleta.

A única posição pública conhecida,

Pichardo é campeão olímpico, mundial e europeu do triplo salto.

até ao momento, é do chefe da Missão Portuguesa, que numa entrevista recente ao DN disse desconhece­r quando o campeão poderá regressar às pistas. “Está lesionado e a ser acompanhad­o do ponto de vista clínico pela Federação de Atletismo, que tem partilhado informação com a direção clínica do Comité Olímpico. A competição onde Pedro Pichardo poderá garantir a qualificaç­ão para Paris2024 é ainda uma incógnita, pelas limitações clínicas que apresenta. Eu diria que a época de inverno é para esquecer, porque ele precisa de recuperar e voltar a saltar... e não se faz 17 metros assim do pé para a mão. Aponto para depois de março o regresso às pistas e espero que possa garantir a qualificaç­ão, porque o Pedro não está qualificad­o”, disse Marco Alves.

Naturaliza­do português desde que desertou de Cuba, Pichardo assinou pelo Benfica em abril de 2017 e começou a competir por Portugal em 2019. Ganhou tudo o que havia para ganhar: é campeão olímpico, mundial e europeu do triplo salto (pista coberta e ar livre). Segundo soube o DN, o atleta continua a treinar-se na pista do Complexo Municipal de Atletismo de Setúbal. O regresso poderá acontecer a 24 de abril, na primeira etapa da Liga Diamante, uma prova onde os atletas competem a nível individual, mas primeiro terá de registar o contrato que o liga ao Benfica para, desta forma, ficar inscrito.

Isaac Nader e Bazolo lideram

Pedro Pichardo, ouro em Belgrado20­22, Auriol Dongmo, campeã mundial de há dois anos no lançamento do peso, e Patrícia Mamona, bronze nos Europeus de 2023, podiam participar – quer por marca, quer por ranking – nestes Mundiais, mas não vão a Glasgow. Portugal vai estar pela primeira vez representa­do em duas estafetas, com as equipas masculina e feminina dos 4x400 metros, após convite da World Athletics, uma vez que apenas dois atletas tinham conseguido marca de qualificaç­ão direta João Coelho (400 metros) e Isaac Nader (1500), com os restantes a participar­em por ranking.

No setor feminino, a veterana Lorene Bazolo e Rosalina Santos vão disputar os 60 metros, Cátia Azevedo os 400 e Salomé Afonso os 1500 metros.

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