Diário de Notícias

Socialista­s fora da Comissão Executiva

- M.D.

Acorrente socialista não está,

pela primeira vez, na Comissão Executiva da CGTP. A saída deste órgão – no qual os socialista­s tinham cinco dos 29 membros – foi uma forma de expressar o descontent­amento desta corrente com o facto de a corrente comunista não ter aceitado que aumentasse a representa­ção dos não comunistas.

“A nossa estratégia tem sido a de alargar a base de apoio e a unidade na CGTP. Queremos aumentar a democracia interna e defendemos a presença de outras correntes na Comissão Executiva”, diz ao DN o porta-voz da corrente socialista, Fernando Gomes.

A Comissão Executiva é eleita pelo Conselho Nacional, um órgão composto por 147 elementos, dois terços dos quais são comunistas. A ideia dos socialista­s era passar de cinco para seis os elementos ligados ao PS e passar a ter também representa­ntes do BE, uma corrente que nunca esteve na Comissão Executiva, apesar de estar no Conselho Nacional.

“Os 550 mil trabalhado­res que, no último Congresso, estavam na CGTP não são maioritari­amente do PCP”, alega Fernando Gomes, que diz não ter dados próprios sobre esse representa­tividade, mas cita “estudos de opinião” que indicarão que há entre os afetos à Intersindi­cal uma maioria de socialista­s.

A decisão de não fazer eleger representa­ntes para este órgão não representa, porém, segundo o histórico sindicalis­ta do PS Carlos Trindade, uma cisão. “Não é uma rutura”, diz ao DN. “Continuamo­s ativamente no Conselho Nacional e estaremos no Secretaria­do. Esta é uma reação de defesa de uma CGTP cada vez mais aberta e participad­a”, sustenta. De resto, Fernando Gomes diz que os socialista­s estão disponívei­s a regressar à Comissão Executiva a qualquer momento, desde que se altere o regulament­o para reforçar as correntes minoritári­as.

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