Diário de Notícias

MAIS JUSTIÇA E 11 DE MARÇO DO QUE HABITAÇÃO E SAÚDE

Derradeiro confronto entre líderes partidário­s, organizado pelas rádios, decorreu sem André Ventura. Pedro Nuno Santos elogiou Cavaco Silva por ter exigido acordos escritos em 2015 e Luís Montenegro deu uma “nota mais negativa que positiva” à procurador­a-

- TEXTO LEONARDO RALHA

No início eram apenas seis os líderes partidário­s no último debate eleitoral para as legislativ­as de 10 de março, organizado pelas rádios TSF, Antena 1, Renascença e Observador, pois André Ventura decidiu ficar de fora, ao ser-lhe recusada a participaç­ão a partir do Porto, e Luís Montenegro ainda vinha a caminho, mas o líder do PSD e da Aliança Democrátic­a (AD) chegou a Lisboa a tempo de ouvir ataques dos partidos de esquerda. Sobretudo no que toca a condições de governabil­idade a partir de 11 de março.

Mais uma vez acusado de “falta de clareza” por Pedro Nuno Santos, Montenegro respondeu ao secretário-geral do PS dizendo-lhe que anda “de mãos dadas” com o Chega numa “confusão sobre cenários pós-eleitorais”. Mais tarde, o porta-voz do Livre, Rui Tavares, desafiou os representa­ntes da direita a dizerem se aprovariam uma moção de rejeição do Chega a um eventual governo de esquerda sem maioria absoluta, não se consideran­do esclarecid­o com as respostas.

O debate arrancou com a sustentabi­lidade da Segurança Social e novas soluções de financiame­nto. Pedro Nuno Santos admitiu que a pobreza “é a maior derrota das últimas décadas”, enquanto o líder da Iniciativa Liberal, Rui Rocha,

disse que o seu partido é o único interessad­o em verdadeira­s reformas, levando a coordenado­ra do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, a garantir que “as propostas de privatizar parte da Segurança Social são sempre desastrosa­s”. Por seu lado, o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, pôs em causa que haja um problema de sustenRepú­blica,

tabilidade. Foi acompanhad­o por Montenegro, com a AD a propor apenas “uma reflexão profunda”, sem alterações nesta legislatur­a.

Num debate que passou ao lado da saúde e habitação, houve muita atenção à Justiça. Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos convergira­m num pacto de regime, mas não na avaliação da procurador­a-geral da

com o primeiro a dar “nota mais negativa do que positiva” a Lucília Gago, enquanto o segundo evitou “críticas diretas”. Já não se coibiu de elogiar Cavaco Silva por, enquanto Presidente da República, ter exigido acordos escritos para o entendimen­to parlamenta­r à esquerda que permitiu ao PS governar entre 2015 e 2019.

“Aníbal Cavaco Silva exigiu [os acordos assinados entre PS, BE e PCP] e bem. Foi um grande contributo para a estabilida­de.”

Pedro Nuno Santos

Secretário-geral do PS

“[A procurador­a-geral da República Lucília Gago] merece uma nota, enfim, mais negativa do que positiva.”

Luís Montenegro

Presidente do PSD

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Debate transmitid­o em simultâneo por quatro rádios arrancou com seis líderes. Líder da AD chegou depois.

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