Mortágua recupera Iraque e submarinos
Aexigência, feita pela NATO, de os gastos com a Defesa atingirem 2% do orçamento dos seus Estados-membros levou a coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, a trazer para o debate radiofónico de ontem temas como a participação de Portugal na Guerra do Iraque ou a aquisição de submarinos para a Marinha, ambas com intervenção direta de governos de direita. Referindo-se “à invasão da Ucrânia, ao genocídio em Gaza e à situação no mundo”, Mortágua defendeu que Portugal deve “colaborar com iniciativas de paz e não com iniciativas de guerra”, apontando a participação de militares portugueses entre as forças ocidentais que ocuparam o Iraque, na sequência da queda do regime de Saddam Hussein, como “uma mancha na nossa História que deveríamos apagar”.
Dizendo que os gastos com a Defesa “devem ser os necessários para defender o país e cumprir a Constituição”, Mariana Mortágua recusou cedências a “interesses estrangeiros de importação de tecnologia”. E recuou até à discussão entre a compra de um navio polivalente e submarinos, tendo a Marinha acabado por comprar dois submergíveis à empresa alemã Ferrostaal, que teve dois antigos gestores acusados e condenados por corrupção. “Em Portugal ninguém foi condenado por corrupção”, disse a bloquista, realçando que a operação foi intermediada pela Escom, do Grupo Espírito Santo.
Tanto Luís Montenegro como Pedro Nuno Santos não se comprometeram com o objetivo de 2% para Defesa no final desta legislatura. Tanto o social-democrata como o socialista reafirmaram o compromisso de Portugal com a NATO, e ambos concordaram na recusa do regresso do serviço militar obrigatório. Mais tarde, no que toca à Ucrânia, o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, excluiu o apoio militar, enquanto o porta-voz do Livre, Rui Tavares, disse que “Putin tem de ser parado”.