Vem aí o 4.º duelo. Amorim à procura da primeira vitória diante de Schmidt
Sporting e Benfica defrontam-se esta quinta-feira nas meias-finais da prova rainha do futebol português. Os três duelos anteriores entre os treinadores saldaram-se numa vitória das águias e dois empates. E sempre com reviravoltas no marcador.
Sporting e Benfica defrontam-se esta quinta-feira na primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal (20.45, RTP1), um jogo que marcará o quarto confronto entre Rúben Amorim e Roger Schmidt, e que poderá permitir ao treinador dos leões igualar este duelo particular que terá mais cenas dos próximos capítulos nos próximos dias.
Até hoje, os dois treinadores já mediram forças em três ocasiões, todas na I Liga. E o confronto direto dá vantagem ao alemão, que venceu um jogo e empatou dois. Ou seja, Amorim ainda não foi capaz de bater Schmidt.
O primeiro embate aconteceu a 15 de janeiro de 2023, na Luz, num jogo relativo à 16.ª jornada do campeonato. O marcador final indicou um empate a dois golos, num desafio em que os leões estiveram por duas vezes em vantagem, mas permitiram a igualdade. Gonçalo Ramos marcou os dois golos do Benfica; Bah na própria baliza e Pedro Gonçalves de penálti marcaram para os leões.
Em maio do ano passado, no jogo da segunda volta do campeonato 2022-23 e relativo à penúltima jornada, em Alvalade, o Sporting chegou a ter dois golos de vantagem (Trincão e Diomande). Mas Aursnes, e António Silva ao cair do pano, empataram o jogo, um resultado que na altura deixou os leões fora da Liga dos Campeões e o Benfica bem lançado para vencer o título, que viria a confirmar na última ronda.
O terceiro e derradeiro confronto foi já esta época, a 12 de novembro, na Luz, que desta vez acabou com a vitória do Benfica, com a equipa de Roger Schmidt novamente a conseguir virar o resultado. Gyökeres em cima do intervalo colocou os leões na frente, mas num final impróprio para cardíacos, João Neves e Tengstedt deram a vitória às águias no descontos.
Ou seja, há um denominador comum aos três jogos. Em todos, o Sporting de Amorim esteve em vantagem e deixou-se surpreender. Refira-se que os dois clubes chegam a este jogo separados por dois pontos no campeonato – o Benfica soma 58, os leões 56, mas têm menos um jogo disputado.
Este será o primeiro de três duelos entre os eternos rivais no espaço de mais ou menos uma semana. Esta quinta-feira disputam a primeira mão das meias finais da Taça de Portugal, no dia 3 de março voltam a encontrar-se na Luz para a partida da segunda mão e, no dia 7, outra vez em Alvalade, defrontam-se para o campeonato. Refira-se que caso ambos passem aos quartos de final da Liga Europa, podem ainda medir forças mais duas vezes na prova europeia.
Sporting e Benfica já se defrontaram em 37 ocasiões na Taça de Portugal desde sempre, e o historial de confrontos mostra uma ligeira vantagem dos leões – 19 vitórias, dois empates e 16 derrotas. A última vez que se encontraram na prova rainha do futebol português foi em 2019, curiosamente nas meias-finais. O Benfica venceu na Luz por 2-1, mas depois perdeu em Alvalade por 1-0 – o golo fora permitiu aos leões seguirem para a final do Jamor, onde acabariam por vencer o FC Porto no desempate por grandes penalidades.
Em termos de títulos na prova, o Benfica é de longe a equipa portuguesa com mais taças conquistadas, num total de 26, seguido do FC Porto (defronta também na quinta-feira o Santa Clara, na repetição do jogo adiado dos quartos de final, e se ganhar vai medir forças com o V. Guimarães) com 19 e do Sporting com 17. Há sete anos que as águias não levantam o troféu (a última vez foi em 2016-17); já os leões festejaram pela última vez em 2019.
OAl Hilal de Jorge Jesus consolidou ontem a liderança da Liga saudita de futebol, ao impor-se por 2-0 no estádio do Al Ettifaq, somando a 24.ª vitória seguida (14 no campeonato, três na taça e sete na Liga dos Campeões da Ásia), numa série iniciada em 25 de setembro de 2023, quatro dias após o empate a um no reduto do Damac, para a sétima ronda do campeonato.
A equipa saudita está agora a quatro triunfos de ultrapassar o recorde de vitórias seguidas na história do futebol mundial, 27, que foi imposto pelos galeses do The New Saints na época 2016-17. Para já igualou os 24 triunfos do Coritiba (2011) e terá já na quinta feira oportunidade para chegar aos 25 do Ajax (1955). Para isso é preciso vencer o Sepahan para o campeonato e ir atrás das 26 vitórias, também do Ajax (1971-72), e chegar às 27 do emblema galês.
“Vitórias são fruto da qualidade dos jogadores. Tenho um grupo que acreditou muito nas minhas ideias”, defendeu Jorge Jesus após o triunfo de ontem, confessando: “Quem pensa que nos sentimos pressionados por ter de bater o recorde do mundo de vitórias consecutivas está completamente enganado. Sim, temos 24 vitórias seguidas e estamos a quatro de bater esse máximo. Mas isso não nos pressiona porque quem está no Al Hilal tem de jogar sempre para ganhar.”
E cada vitória só importa, segundo o treinador, porque deixa a equipa mais perto de conquistar troféus. “Cada vitória que conseguimos coloca-nos mais perto do objetivo, que é ganhar seja o Campeonato, a Champions ou a Taça. Portanto, bater esse recorde significaria coisas boas para nós, na Liga e na Champions”, avisou o insaciável Jorge Jesus, após o 24.º triunfo seguido.
Futebol ofensivo e vistoso
Os números do Al Hilal impressionam. Mesmo tendo em conta que lidera o plantel mais caro do futebol saudita, superando inclusive as outras equipa de topo, como o Al Ahli, o Al Ittihad e o Al Nassr de Cristiano Ronaldo, que também recebem investimento pesado do fundo governamental do país, o desempenho é impressionante. Em 37 partidas oficiais, a equipa tem 87% de aproveitamento – o maior da carreira de Jesus, que no Flamengo chegou a estar 19 encontros sem perder. Tudo isto sem o contributo da estrela maior que é Neymar, mas com o internacional português Rúben Neves em destaque, assim como Milinkovic-Savic.
O futebol ofensivo e vistoso é um dos méritos do português, que já conquistou três prémios de treinador do mês, algo que ninguém tinha conseguido numa temporada do futebol saudita. Durante a sequência de 24 vitórias, a equipa marcou 71 golos, sofreu seis e teve uma média de quase 70% de posse de bola por partida.
O próximo adversário será o Al Ittihad comandado pelo argentino Marcelo Gallardo. Os dois treinadores vão reeditar assim o duelo da final da Taça Libertadores de 2019, quando o Flamengo bateu o River Plate e Jesus ergueu o troféu.
“Quem pensa que nos sentimos pressionados pelo recorde do mundo de vitórias consecutivas está completamente enganado”, disse Jorge Jesus.