A ferramenta és tu
Sentei-me agora em frente do computador. Abri o ChatGPT e o Midjourney.
O cursor está a piscar... e nada!
O cursor continua a piscar... e o tempo a passar.
Ao navegar na Internet à procura de uma inspiração, uma! Uma qualquer! Tropeço num texto que elenca as 15 competências para 2025, de acordo com o World Economic Forum. O relatório The Future of Jobs destaca o pensamento crítico e inovador e a criatividade como as competências mais relevantes a ter em conta num futuro muito próximo. Futuro esse, que está já ali ao virar da esquina.
E ao ver o cursor, que não para de piscar, dou comigo a pensar que afinal a ferramenta… sou eu! Não é o ChatGPT nem o Midjourney. Ou melhor, o ChatGPT e o Midjourney também o são, mas são ferramentas limitadas. São ferramentas que precisam de uma chave mestra para funcionar.
O meu conhecimento, as minhas aprendizagens, as minhas leituras, e até as minhas aventuras nos idos anos 90 são o meu motor. São a engrenagem que eu tenho que ativar para que outras ferramentas façam o seu trabalho.
O que o relatório The Future of Jobs diz é que cerca de 40% das competências atualmente consideradas fundamentais no mercado de trabalho irão alterar-se até 2025. As buzzwords definidas como motor da transformação do planeta são a sustentabilidade, a transformação digital e os avanços tecnológicos. Mas afinal os avanços tecnológicos e toda a transformação que possamos operar no planeta só acontecem quando as ferramentas certas forem ativadas. E para ativá-las basta usarmos o nosso pensamento crítico, a nossa criatividade e a nossa capacidade analítica aos contextos que nos preenchem o quotidiano.
Pergunto em tom reflexivo se faz sentido preenchermos a vida dos nossos estudantes, por exemplo, com ensinamentos técnicos. Pergunto se, em vez de darmos ferramentas tecnológicas, digitais e outras que tais, se não devíamos dar uma fórmula, ou várias, que ativassem a única ferramenta que merece ser desenvolvida que é a nossa forma de pensar. Como pensar, como avaliar, como analisar, como criticar, como produzir. Como olhar. Como criar.
O exercício que devíamos fazer é olhar para dentro e perceber se a ferramenta que somos está ou não oleada. Perceber se a ferramenta que somos está ou não capaz de fazer as outras ferramentas trabalhar.
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