Sónar volta a juntar a música, a arte e a tecnologia no Parque Eduardo VII
Mais de 50 artistas nacionais e internacionais vão subir ao palco do Pavilhão Carlos Lopes na 3.ª edição do evento de 22 a 24 de março. Estufa Fria recebe instalação Limbic Landmarks, do centro criativo e de investigação Zabra.
Música, tecnologia e ambiente. Estes são os três pilares que marcam o festival Sónar. De 22 a 24 de março, o Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa, vai receber a 3.ª edição deste evento com 54 artistas nacionais e internacionais.
Com três palcos, o cartaz foca-se na música portuguesa, artistas internacionais em ascensão e os nomes mais conhecidos do mundo da eletrónica. Todos foram escolhidos pela organização do festival em Lisboa e em Barcelona. Estão programados concertos de artistas como Paul Kalkbrenner, Nia Archives, Branko e Moullinex.
Iolanda é uma das artistas portuguesas que irão atuar no dia 24 de março e vai trazer uma nova faceta ao palco. “É um espaço diferente que acho que me permite criar um bocadinho mais. Talvez seja mais criativa no vestuário e apresente outras ideias mais malucas”, refere a cantora em conversa com o DN, à margem da conferência de imprensa do evento.
No entanto, a mensagem que quer transmitir continua a mesma:
“Pretendemos atingir os mesmos números do ano passado. Assim, estaremos satisfeitos, porque é sinal de que o festival ficou consolidado.” Paulo Amaral Diretor do Festival Sónar
viver em paz. “É aquilo que eu tento passar nas minhas canções. Acho que devemos trabalhar muito o nosso psicológico e a nossa saúde mental. É importante cuidar deste tipo de coisas acima de tudo”, acrescenta.
Durante o concerto, Iolanda irá apresentar o seu segundo e mais recente disco, Cura, que mistura diferentes géneros de música, incluindo eletrónica. Durante o festival, a cantora portuguesa irá também aproveitar para conhecer novos artistas. “Estar a ser convidada para fazer parte do Sónar é mesmo inacreditável porque sinto que posso conhecer ainda mais música”, menciona.
O Festival está dividido no Sónar by Day e no Sónar by Night, com concertos a começar às 13h30.
Ao mesmo tempo que decorrem os concertos, os festivaleiros poderão visitar a instalação Limbic Landmarks, do coletivo artístico Zabra, na Estufa Fria. João Pedro Fonseca e Carincur são os responsáveis por este coletivo que junta a arte com tecnologia e natureza. Este projeto faz parte da programação do festival Sónar +D, mais focada numa vertente artística.
O nome Limbic Landmarks refere-se aos organismos e seres vivos que sentem emoções. “As instalações integram a tecnologia com a biodiversidade. Não queríamos entrar na Estufa Fria com uma instalação que fosse romper com aquilo que já lá está e que por si só é arte. Queríamos fazer parte desse ecossistema”, explica João Pedro Fonseca.
As obras vão utilizar recursos como video-mapping, luzes e som numa viagem narrativa pela Estufa Fria. Uma das peças surpresa de Filipe Batista será uma rocha suspensa. “Nesta rocha os visitantes conseguem sentir o peso e essa ideia de gravidade. Haverá também um manto de espelhos e quem o visita vai sentir que faz parte do ecossistema à sua volta. Já o vídeo vai projetar várias questões sobre a identidade de micro-organismos e de plantas que vivem naquele espaço”, acrescenta Carincur.
Para além de uma exposição e concertos, o programa conta ainda com uma parceria com as conferências Future Days, que irão englobar conversas sobre ecossistemas, inteligência artificial, saúde e educação.
Para esta edição, o objetivo da organização é atingir os números da anterior, onde estiveram presentes cerca de 30 mil pessoas. “É um sinal de que o festival ficou consolidado”, refere Paulo Amaral, presidente do festival, acrescentando que pretendem crescer na adesão do público estrangeiro. “É sempre positivo para a cidade e para a sua envolvência. As pessoas acabam por ficar mais dias em Lisboa. A seguir ao festival é a semana da Páscoa e acaba por ser uma boa forma de visitarem a cidade e ficarem mais uns dias de férias”.
Para a organização, a maior dificuldade foi utilizar o Parque Eduardo VII, respeitando toda a sua área. “Há um enorme cuidado e a equipa, felizmente, conhece os cantos do Parque e há um grande trabalho colaborativo com a Câmara Municipal de Lisboa para que haja o menor impacto possível no Parque”.
O preço dos bilhetes variam entre 110 e 130 euros. Depois de Lisboa, o festival vai viajar para Istambul nos dias 26, 27 e 28 de abril, seguindo depois para a sua 31.ª edição em Barcelona nos dias 13, 14 e 15 de junho.