Von der Leyen quer lucros russos para comprar munições

A presidente da Comissão Europeia

defendeu a utilização dos lucros de dinheiro russo imobilizado para comprar armas e munições para a Ucrânia. “É tempo de iniciar uma conversa sobre a utilização dos lucros extraordinários dos bens russos congelados para a compra conjunta de equipamento militar para a Ucrânia. Não poderia haver símbolo mais forte nem melhor utilização para esse dinheiro do que fazer da Ucrânia e de toda a Europa um lugar mais seguro para viver”, afirmou Ursula von der Leyen em discurso sobre a defesa europeia no Parlamento Europeu, em Estrasburgo.

Há dados díspares sobre o total de ativos do Banco Central da Rússia que a União Europeia, os países do G7 e a Austrália apreenderam. Segundo o Conselho Europeu, que há duas semanas anunciou pôr de parte os lucros dos ativos russos, o valor total congelado ronda os 260 mil milhões de euros. Desse valor, 191 mil milhões estão na Europa, a maior parte na empresa Euroclear. Segundo ainda Bruxelas, espera-se reunir um valor de 15 a 17 mil milhões de euros em quatro anos – e é sobre este valor que a presidente da Comissão, agora em campanha para um segundo mandato, quer canalizar para equipar a Ucrânia com armamento. Segundo o

Financial Times, a Comissão vai apresentar uma proposta formal nas próximas duas semanas.

Ao defender a “necessidade urgente” de modernizar e reabastecer as forças armadas dos estados-membros, Ursula von der Leyen afirmou: “A ameaça de guerra pode não ser iminente, mas não é impossível. Os riscos de guerra não devem ser exagerados, mas devemos preparar-nos para eles.”

Em resposta à falta de munições da Ucrânia, a República Checa lançou uma iniciativa para comprar a um país exterior à UE 800 mil munições de artilharia, tendo para isso de obter 1,3 mil milhões de euros. A Bélgica foi o mais recente país a juntar-se à lista, com o primeiro-ministro Alexander De Croo a anunciar a doação de 200 milhões de euros.