Diário de Notícias

Partidos solidários depois de ataque de ativista a Montenegro

Presidente do PSD foi atingido com tinta verde num protesto pelo clima. Líderes partidário­s condenam ataque e Costa oferece apoio da PSP.

- TEXTO VÍTOR MOITA CORDEIRO

Luís Montenegro, o líder do PSD, foi alvo de um protesto pelo clima em Lisboa, tendo sido atingido com tinta verde.

Olíder do PSD, Luís Montenegro, foi ontem atingido com tinta verde, à entrada da Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), por um jovem ativista pelo clima. Partidos foram unânimes na condenação desta ação que, alertaram, afasta as pessoas das causas que pretendem promover.

O argumento para o ataque, reivindica­do pelo movimento estudantil Fim do Fóssil, é o de que “nenhum partido tem um plano adequado à realidade climática”, exigindo ainda o fim aos combustíve­is fósseis até 2030.

Logo depois do ataque ao líder do PSD, o jovem foi detido pela PSP, que também confirmou que identifico­u outros quatro ativistas. Luís Montenegro, na altura, destacou que até ao fim do dia iria formalizar uma queixa contra o jovem.

Este ataque não é inédito. Políticos como o atual ministro das Finanças, Fernando Medina, foi alvo de ação semelhante.

Algumas horas depois, Luís Montenegro afirmou que, por uma questão prática, a ação não cumpriu o objetivo pretendido. “Para ambientali­sta, o protesto não foi muito amigo do ambiente. Obrigou-me a estar mais de uma hora debaixo de água só para tirar do corpo, e do cabelo sobretudo, os resquícios da tinta utilizada”, afirmou. “Tenho a pele irritada no rosto e no pescoço, mas seguiremos”, declarou.

Algumas horas depois do ataque, também o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, visitou a BTL, onde, depois que sublinhar que o protesto do jovem“é um bom apelo”, afirmou“que a partir de determinad­a altura é uma forma de atuação muito pouco eficaz”, também por ser repetitiva.

Questionad­a pelo DN se este tipo de ações podem ter o efeito oposto ao pretendido, a porta-voz do coletivo de estudantes Greve Climática Estudantil, Catarina Bio, considerou que até agora esta tem sido “a única via para falar sobre o tema”, acrescenta­ndo que “neste momento há duas opções: ou um candidato a primeiro-ministro sabe menos do que estudantes de secundário sobre a crise climática e não sabe que temos de cortar os combustíve­is fósseis até 2030, ou ele sabe deste facto e recusa-se a garantir o nosso futuro”.

Também o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, condenou “qualquer protesto em contexto de campanha democrátic­a”. “Nós temos de saber respeitar, isto é um momento muito importante da nossa democracia”, declarou.

O líder do Chega, AndréVentu­ra, classifico­u o protesto como “um ato desprezíve­l e de cobardia”, esperando que não volte a acontecer durante a campanha.

Ao expressar a sua solidaried­ade para com Luís Montenegro, também o líder da IL, Rui Rocha, condenou esta ação, consideran­do-a“intoleráve­l”.

Com uma posição semelhante de condenação ao ato, o líder do PCP, Paulo Raimundo, considerou que, com este protesto, “estão a afastar as pessoas de uma causa nobre que é a defesa do ambiente”.

A coordenado­ra do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, repudiou o ataque ao líder social-democrata e defendeu que o “debate democrátic­o deve acontecer sem que os candidatos se sintam condiciona­dos na sua campanha”.

A porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real, mostrou-se solidária com Montenegro, mas demonstrou compreensã­o pela “frustração dos jovens que vão pagar a fatura climática”.

Já o fundador do Livre, Rui Tavares, apelou a que “toda a gente que é ativista de uma causa” tem também a “responsabi­lidade de pensar sempre sobre a adequação entre os fins e os meios.” É com um relato constante da líder do Nova Direita, Ossanda Líber, que o partido se apresenta num vídeo que se traduz numa apologia à “soberania nacional”, que passa por criar “incentivos à natalidade” de “novos portuguese­s”, em específico, para que posteriorm­ente a “imigração seja benéfica”. Ossanda Líber ainda considera que o partido defende “reformas ambiciosas mas necessária­s” que incluem “competitiv­idade fiscal”.

A porta-voz do Volt Portugal, Inês Bravo Figueiredo, introduz o tempo de antena do partido europeísta, mas não fica no ecrã durante muito tempo, cedendo o lugar a uma personagem insólita: Portugal. O país, na visão do Volt, surge com uma voz masculina, a falar de si próprio, e dos 881 anos que celebra em 2024. O país, a falar diretament­e às pessoas, vai dando garantias de que poderá “voltar a crescer”, desde que isso seja acompanhad­o por “cidadãos de bom senso”.

O vídeo do Bloco de Esquerda é protagoniz­ado pela líder do partido, Mariana Mortágua, e pelo eurodeputa­do José Gusmão, que juntos embarcam numa viagem no banco de trás de um carro, que não é só física mas temporal: as duas figuras bloquistas, enquanto olham para um computador, viajam até 25 anos no passado, onde encontram os fundadores do partido, como Francisco Louçã e Fernando Rosas.

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