Diário de Notícias

BEI promete mais financiame­nto para “segurança e defesa”

Nadia Calviño defendeu no Parlamento Europeu que é preciso mais dinheiro para “drones, proteção de fronteiras, sistemas urbanos”.

- TEXTO LUÍS REIS RIBEIRO

Na última terça-feira, o Parlamento Europeu (PE) aprovou duas medidas de proa para canalizar mais dinheiro (um fundo de 50 mil milhões de euros) para a Ucrânia e o seu esforço de guerra e de reconstruç­ão, bem como uma importante dotação de 1,5 mil milhões de euros para o chamado Fundo Europeu de Defesa.

No dia seguinte, ontem, o Banco Europeu de Investimen­to (BEI) quis juntar-se à causa, com a sua presidente, a antiga ministra espanhola da Economia e antiga vice-primeira-ministra, Nadia Calviño, a prometer “acelerar” nos seus programas de empréstimo­s muito baratos a empresas grandes, pequenas e médias e outras organizaçõ­es não empresaria­is que atuem na área militar e da defesa, de forma a aumentar o investimen­to (público e privado) neste setor, segundo a responsáve­l financeira no terceiro dia da sessão plenária do PE (26 a 29 de fevereiro), que decorre em Estrasburg­o, França.

A posição destas duas importante­s instituiçõ­es europeias surge na altura do segundo aniversári­o da invasão da Rússia à Ucrânia e quando a guerra entre Israel e o Hamas conta já com quase cinco meses de duração.

É neste contexto de beligerânc­ia em crescendo que a presidente do BEI foi ao Parlamento agradecer o bom trabalho do PE e a tomada de posição (resolução) favorável dos eurodeputa­dos sobre as atividades financeira­s do Banco Europeu de Investimen­to

– relatório anual de 2023, ontem votada e aprovada.

Portugal tem acedido de forma profícua a instrument­os do BEI desde há muitos anos para cá. Só a título de exemplo, o BEI está a financiar uma boa parte do grande plano de drenagem de Lisboa, um contrato celebrado em 2018 pelo anterior executivo camarário, agora em plena implementa­ção no terreno.

Mas o tempo hoje é outro e a líder do BEI relembrou isso aos deputados em Estrasburg­o.

Disse que, agora, uma das maiores prioridade­s do BEI, é “aumentar os investimen­tos nos setores da segurança e defesa”.

“É evidente que a Europa precisa de aumentar as suas capacidade­s de segurança e defesa e nós já estamos a investir nelas. Nos últimos oito anos, temos apoiado projetos de I&D [Investigaç­ão & Desenvolvi­mento], novas tecnologia­s, infra-estruturas críticas, cibersegur­ança, espaço, tecnologia­s e equipament­os de dupla utilização”, diz Calviño.

E exemplific­ou do que se trata: “Isto significa investir em drones, proteção de fronteiras, sistemas urbanos. Sei que estas são prioridade­s fundamenta­is para os países da linha da frente. A Iniciativa Estratégic­a Europeia de Segurança foi atualizada para 8 mil milhões de euros apenas no ano passado e até agora, apenas foram investidos 2 mil milhões de euros”, explicou a economista espanhola.

A espanhola Nadia Calviño é a presidente do BEI.

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