Diário de Notícias

Scholz lançou o mote, outros líderes europeus e até a Casa Branca consumaram a travagem à ideia de Macron: tropas ocidentais para a Ucrânia, não. O recado tinha um destinatár­io claro: o Kremlin.”

- Especialis­ta em Política Internacio­nal

Zelensky garante que Syrsky está a preparar dois planos para a guerra na Ucrânia. O presidente ucraniano afirmou que a estratégia futura do exército do país no campo de batalha depende da ajuda militar fornecida pelos Estados Unidos. “Se Kiev receber ajuda dos EUA, poderá começar a fazer recuar a Rússia. Caso contrário, terá de se concentrar apenas na defesa”, insiste Zelensky.

Mas a incógnita ucraniana não vem só do outro lado do Atlântico: também reside aqui na Europa. A UE não conseguiu cumprir o seu objetivo de enviar à Ucrânia um milhão de cartuchos de artilharia até março. Zelensky diz que apenas recebeu 30 por cento dos projéteis da União Europeia (ou seja, nem sequer os 50 por cento alegados por Borrell). A esse propósito, os Países Baixos anunciaram 100 milhões de euros para munições à Ucrânia.

A primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, propôs a emissão de 100 mil milhões de euros em euro-obrigações para impulsiona­r a indústria de defesa europeia, uma ideia que promove há quase um ano e que ganhou o apoio de Macron. A dívida mutualizad­a é contestada pela Alemanha e pelos Países Baixos. A República Checa tem promovido a compra de munições de países terceiros.

Da reunião de Paris, ainda que não assumido oficialmen­te, terá saído a noção de que cerca de 10% do orçamento de defesa de cada país precisava ser dedicado à Ucrânia para que Kiev vencesse – mas esse número aumentaria para perto de 20% se não houvesse mais ajuda militar dos EUA.

Umerov, ministro da Defesa ucraniano, tinha avisado no domingo – cerca de metade das armas enviadas pelo Ocidente não chegam a tempo. E isso tem duas consequênc­ias terríveis para a Ucrânia: perda de vidas e perda de território.

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