Diário de Notícias

Portugal órfão dos mais consagrado­s ambiciona recordes e “um pódio”

Pedro Pichardo, Patrícia Mamona e Auriol Dongmo são baixas para Glasgow. Team Leader ambiciona uma medalha e aponta Isaac Nader como principal candidato.

- TEXTO ISAURA ALMEIDA isaura.almeida@dn.pt

Mesmo sem os atletas mais consagrado­s, casos dos medalhados Pedro Pichardo, Patrícia Mamona e Auriol Dongmo, o líder da comitiva portuguesa ambiciona um pódio nos Mundiais de atletismo indoor que arrancam hoje em Glasgow, na Escócia, e aponta Isaac Nader como candidato. “Não descuro a possibilid­ade de fazer mais um brilharete e eventualme­nte poder atingir o pódio”, disse Luís Pereira, o team leader nacional.

O atleta algarvio detém o segundo melhor tempo entre os 30 participan­tes nos 1500 metros, mas preferiu meter gelo nas ambição do líder da comitiva. “As minhas expectativ­as são melhorar o 10.º lugar de Belgrado20­22. É para isso que vou aos Mundiais e, como é natural, quero ir à final, tal como aconteceu da outra vez. O nível dos 1500 metros é tão difícil que se pode ficar no pódio, como em último. As minhas expectativ­as são sempre boas, mas com alguma cautela, porque o nível dos 1500 neste momento assim o exige”, disse o meio-fundista do Benfica, que entra hoje em ação e sem pressão olímpica, uma vez que já está apurado para Paris2024.

Em janeiro, Isaac Nader retirou 76 segundos ao recorde português detido há quase 25 anos pelo seu ex-treinador Rui Silva, ao correr em 3.34,23 minutos em Ostrava. Em Glasgow terá o etíope Samuel Tefera, bicampeão em título, e o norte-americano Hobbs Kessler, como grandes opositores e candidatos ao triunfo nos 1500 metros, órfãos do campeão olímpico norueguês Jakob Ingebrigts­en.

Também Jessica Inchude, no lançamento de peso, e Tiago Luís Pereira, no triplo salto, podem surpreende­r. E mesmo que a comitiva não consiga qualquer medalha, o dirigente federativo entende que isso “não se pode considerar frustração”, recordando o atual “nível” do atletismo internacio­nal.

Honrar a participaç­ão de Portugal nos Mundiais de atletismo em pista coberta, que decorrem entre hoje e domingo, é a missão dos 17 atletas nacionais (ver lista ao lado). “A Federação Portuguesa de Atletismo vai para estes Mundiais sempre com a expectativ­a da superação desportiva dos seus atletas. O objetivo é sempre esse. Temos a certeza de que é para isso que trabalham diariament­e, para se superarem, principalm­ente nestes grandes palcos”, disse à Lusa o team leader nacional, encarando a ausência do trio medalhado com positivism­o: “Recuperar e preparar da melhor forma possível os grandes eventos do verão, como os Campeonato­s da Europa ao ar livre e os Jogos.”

Um dos atletas portuguese­s em melhor forma é João Coelho, que vai à procura do recorde nacional dos 400 metros e dos 4x400 metros: “Tenho capacidade para conseguir o recorde nacional de pista coberta e era importante fazê-lo.” Com o 10.º melhor tempo deste ano num lote de 25 atletas, que inclui outro português, Omar Elkhatib, o recordista nacional espera superar “grandes adversário­s” e apurar-se para a final.

Lyles e Duplantis estrelas

Glasgow terá 18 medalhados do último Mundial indoor e sete campeões olímpicos em pista. Os velocistas Noah Lyles e Christian Coleman, Selemon Braga, campeã olímpica dos 10 mil metros, Katie Moon, campeã olímpica e bicampeã mundial de salto com vara, e Armand Duplantis, que irá tentar quebrar o seu recorde mundial de 6,23 metros no salto com vara, são algumas das estrelas da competição.

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Portugal estará representa­do em Glasgow por 17 atletas.

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