Diário de Notícias

Das baladas à eletrónica : Diogo Piçarra em

O disco lançado hoje está disponível em todas as plataforma­s digitais e incluí 14 temas. O cantor vai atuar na Super Bock Arena a 13 de abril e no Sagres Campo Pequeno a 20 de abril. A capa do disco mistura a inteligênc­ia artificial com as emoções. Diogo

- TEXTO MARIANA DE MELO GONÇALVES

O disco engloba diferentes estilos, como

Na era da inteligênc­ia artificial e da tecnologia, é importante não deixar de lado a essência humana. Essa é a mensagem que Diogo Piçarra passa no seu novo disco SNTMNT ou Sentimenta­l, que conhece hoje a luz.

Quatro anos após o seu último álbum, o cantor apresenta-se num registo diferente do habitual. O disco já está disponível em todas as plataforma­s digitais e o CD estará nas lojas a partir de 15 de março.

Ao longo do álbum podem encontrar-se diferentes estilos de música eletrónica, como Deep House, Garage, DanceHall e Future Bass, que mostram várias facetas de Diogo Piçarra. No entanto, o cantor não deixa de lado as baladas românticas, sendo este novo trabalho uma experiênci­a musical para qualquer estado de espírito. O álbum foi um desafio para o próprio artista como criador, como explica em entrevista ao DN. “Tentei fazer coisas que ainda não tinha feito na área da eletrónica e depois também em termos de temáticas”, diz.

O amor continua a ser a grande fonte de inspiração de Diogo Piçarra, incluindo experiênci­as pessoais, mas também as histórias de outras pessoas. “Nem tudo é autobiográ­fico e, por isso, acho que o amor vai estar sempre presente no meu trabalho. Aqui no disco, também existe muito desamor próprio e algumas dúvidas existencia­is.”

Músicas como Sentimenta­l refletem autocrític­a e as suas batalhas diárias. Outro exemplo disso é Vem-me Salvar, onde o cantor pede que o venham salvar, por se sentir preso e sem saída. Já no single Não Te Odeio, lançada em novembro, o artista canta sobre não gostar e de não querer estar perto de alguém. “Aqui não estou a falar e de ex-namoradas nem nada disso. Estou a falar de colegas de profissão, pessoas falsas, pessoas tóxicas da nossa vida”, acrescenta. As reações a este tema foram inesperada­s para o cantor. “Acho que tive uma reação excelente, brutal, porque as pessoas identifica­ram-se com isto e eu não esperava.”

Diogo Piçarra juntou-se a Pedro Abrunhosa para a música Amor de Ferro, num registo intimista e melancólic­o caracterís­tico dos dois artistas. Esta é a primeira parceria entre os dois, apesar da ligação ser antiga. Pedro Abrunhosa sempre foi uma referência para Diogo Piçarra, desde a sua participaç­ão no programa de televisão Ídolos, da SIC. “Tive imenso medo de lhe mostrar a canção, porque achava que ele não ia gostar. Fiz a música praticamen­te completa para ele não dizer que faltava alguma coisa. Assim que falei com ele, disse-lhe que era uma música chamada Amor de Ferro. E tive toda a atenção dele. Mostrei-lhe a música e disse-me logo ‘estou dentro. Temos de lançar isto’. Quando cheguei ao estúdio, O Pedro tinha o verso dele tal e qual como eu imaginava. Nem lhe pedi nada”, lembra o cantor.

Sentimenta­l conta ainda com outras três colaboraçõ­es, uma delas já conhecida, intitulada Monarquia, com Bispo. A música Sabes Amar junta a voz e a participaç­ão da cantora portuguesa Jura. Já o tema Paraquedas surgiu durante um Writing Camp para produtores e compositor­es, onde Diogo Piçarra foi agrupado com a artista espanhola Sofía Martín.

Das 14 músicas do álbum, seis foram totalmente produzidas pelo artista . Pela primeira vez no seu próprio estúdio, o cantor produziu cerca de 40 músicas. Muitas delas ficam, por enquanto, “na gaveta”, mas no futuro Diogo Piçarra poderá disponibil­izá-las num disco.

Durante o processo criativo, uma das dificuldad­es foi a mistura da língua portuguesa com música eletrónica. “Não é comum ter uma música de beat e e depois cantar em português. É raro encontrar isso. Acho que o inglês é muito mais fácil, porque já ouvimos, por exemplo, o Calvin Harris a fazê-lo. Depois é só repetir a fórmula e cantar em inglês. Vai soar sempre melhor, porque já estamos habituados a isso”, desenvolve.

Depois de várias ideias, o artista optou por se apresentar debaixo de água, ligado a tubos, como se fosse um cyborg que procura a emoção humana. Esta capa surgiu juntamente com o seu irmão. “Queria fazer algo futurista, mas não estávamos a chegar lá. Criámos primeiro uma capa com um robô, depois passámos para a ideia de ser um polvo, que é um animal sentimenta­l, porque tem três corações. Depois, fiz uma sessão de fotos com o meu irmão e ele fez magia”, explica.

Diogo Piçarra vai atuar na Super Bock Arena, no Porto, a 13 de abril e no Sagres Campo Pequeno, em Lisboa, a 20 de abril, para promover este trabalho. Em espetáculo­s passados, o artista já deu algumas pistas do conceito aos fãs com estratos robóticos. “Nestes concertos já tenho essas estruturas a funcionar completame­nte, e que vão dar esse ar mais futurista, mais robótico, e que vão casar na perfeição com o disco. O público vai poder mergulhar no concerto de uma forma diferente. Estes dois espetáculo­s vão ser únicos, mais longos, com mais músicas”, diz.

Diogo já começou a ensaiar, mas ainda não está satisfeito. “Tenho de trabalhar melhor no alinhament­o, porque quero mesmo fazer algo diferente para as pessoas que já me acompanham há alguns anos”, conclui. O preço dos bilhetes para os concertos varia entre 20 e 75 euros.

cyborg

 ?? ?? Deep House, Garage, DanceHall
Future Bass.
Deep House, Garage, DanceHall Future Bass.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal