Presidente já votou e pediu que lhe sigam o exemplo
O chefe de Estado deixou também no ar a ideia da introdução do voto eletrónico. Mais de 200 mil estiveram inscritos.
Marcelo Rebelo de Sousa é apenas um dos mais de 200 mil que já votaram para as legislativas do próximo domingo.
Ao contrário do que é habitual, o Presidente da República votou em Lisboa, em vez de se deslocar a Celorico de Basto, no distrito de Braga, onde está recenseado. Ontem, na secção 90, uma das instaladas na Faculdade de Letras, o chefe de Estado deixou um apelo: há que votar e combater a abstenção. “É importante, numa democracia que celebra 50 anos, que não acompanhemos a evolução de democracias mais antigas que é de aumento da abstenção. Quem puder votar, que vote”, apelou.
Dizendo também que recorreu ao voto antecipado por já estar “esclarecido” sobre a sua escolha, Marcelo Rebelo de Sousa elogiou a “maturidade” e a “sabedoria” do povo português, quando questionado sobre eventuais cenários de governabilidade.
Falando em frente à reitoria da Universidade de Lisboa, o Presidente da República deixou ainda algumas palavras sobre o dia de reflexão, que já noutras alturas propôs que fosse “repensado”, e recordou que a decisão da Assembleia da República em mantê-lo é “soberana”. Além disso, Marcelo Rebelo de Sousa considerou também que a introdução do voto eletrónico em Portugal deve ser algo a “aprofundar”.
Ontem, em Lisboa, onde estavam inscritos 26 792 eleitores na modalidade de voto antecipado em mobilidade, até ao meio-dia já tinham votado 25% do total. Ainda assim, para responder a esta forma de votar, a Câmara de Lisboa criou apenas um único espaço, instalado na Cidade Universitária, em vez dos três espaços que tinha inicialmente previsto, considerando que as taxas de inscrição ficaram aquém das esperadas.
Uma das pessoas que decidiu aproveitar a oportunidade para votar antecipadamente foi Pedro Santos, natural de Lisboa, que se manifestou “bastante entusiasmado” com a possibilidade de exercer este direito. “Para mim é sempre uma alegria votar. Quase parece uma celebração, dois fins de semana de voto. Não tenho nenhuma razão em especial. Só mesmo porque queria dar já o meu contributo e para a semana estou mais descansado”, explicou à, depois de ter depositado o voto na urna instalada na Universidade de Direito.
No mesmo edifício, exerceu também o direito de voto Jorge Santos, que decidiu votar de forma antecipada porque no dia 10 estará deslocado da sua área de residência. “Acho excelente, pois de outra forma não poderia votar”, apontou, elogiando todas as iniciativas que possam contribuir para diminuir a taxa de abstenção.
Também Hernâni Rodrigues se deslocou à Faculdade de Letras, para votar pelo círculo de Bragança. Mostrou satisfeito pela oportunidade de votar de forma antecipada e pela rapidez com que exerceu o seu voto. “É muito boa. Nesta situação em que as pessoas estão deslocadas das suas residências é a única forma que têm para poder votar”, sublinhou.
A ideia é partilhada por Luís Romão, votante pelo círculo de Setúbal, que acredita que a possibilidade de votar de forma antecipada e em mobilidade é benéfica para a democracia.
“É importante, numa democracia que celebra 50 anos, que não acompanhemos a evolução de democracias mais antigas que é de aumento da abstenção”, apelou Marcelo.