Diário de Notícias

Jantar descansado para o leão após desassosse­go no “aperitivo“

Grande jogo em Alvalade, onde o Farense conseguiu recuperar de uma desvantage­m de dois golos e obrigou o Sporting a sofrer até final para segurar os três pontos horas antes do clássico.

- TEXTO NUNO COELHO dnot@dn.pt

Oplantel do Sporting pode ter tido um jantar descansado, como pediu Amorim na antevisão, mas o aperitivo foi um desassosse­go constante, sobretudo depois da equipa chegar aos dois golos de vantagem. Tal como na primeira volta, os leões de Lisboa venceram os de Faro por 3-2 e somaram os três pontos antes do clássico do Dragão, continuand­o o percurso imaculado na I Liga em Alvalade, onde somam por triunfos os jogos disputados, chegando aos 59 pontos.

Tal como se esperava, numa altura em que o calendário mal dá tempo para respirar (e recuperar), Rúben Amorim procedeu a várias alterações na equipa que escolheu para a receção aos algarvios, com grandes mudanças no setor defensivo. Esgaio, St. Juste e Nuno Santos foram titulares, com Diomande a ocupar o centro no lugar de Coates e Matheus Reis a ser o central à esquerda. No miolo, Daniel Bragança surgiu na vaga de Morita (e como capitão), mas o ataque foi o mesmo do dérbi, apesar de Trincão e Paulinho estarem no banco.

Já depois do minuto de homenagem ao “magriço” Alexandre Baptista, falecido este domingo aos 83 anos, as duas equipas arrancaram para uma excelente primeira parte, com três golos, duas bolas nos ferros, oito cantos e a bola sempre a rolar. E a primeira explosão em Alvalade deu-se logo aos 11 minutos, na sequência de um cruzamento de Esgaio mal aliviado pela defesa do Farense para a entrada da área, onde Daniel Bragança arrancou um pontapé indefensáv­el que ainda bateu na trave antes de entrar. Se a ideia de Amorim era resolver a partida o mais cedo possível para depois gerir jogadores, a partida não podia ter começado melhor.

Mesmo em vantagem, o Sporting continuou a carregar sobre um Farense subido mas com as três linhas muito juntas, tentando condiciona­r o jogo interior dos homens da casa. O problema é que os lisboetas são, neste momento, uma equipa que consegue lidar com isso, explorando o espaço que fica nas costas da defesa. E foi assim que chegaram ao segundo golo em cima da meia-hora, já depois de terem visto poste e trave negarem esse objetivo: primeiro a St. Juste, num dos oito cantos conseguido­s pela equipa da casa, depois num mau corte de Talys. Até que Nuno Santos desmarcou Pote, este cruzou para entrada da pequena-área e Gyökeres, em velocidade, antecipou-se a Muscat e com um desvio subtil bateu RicardoVel­ho (29').

Todavia, se a equipa da casa tencionava levantar o pé não teve sequer tempo para isso. O Farense subiu no terreno e, depois de um primeiro ameaço de Cláudio Falcão (31'), Belloumi reduziu mesmo para 2-1, com um grande remate de fora da área que Israel não conseguiu deter (32'). Até ao descanso, o Sporting voltou a carregar e criou mais duas ou três situações de perigo, mas acabaria por apanhar um susto em cima do descanso quando, após choque com Zé Luís e pisão de Matheus Reis, Franco Israel ficou no relvado muito queixoso.

O uruguaio acabou por recuperar e as duas equipas surgiram iguais para o segundo tempo. Iguais nos onzes e na vontade: mais um arranque louco, com os visitantes a prometerem o empate duas vezes (tiro de Zé Luís à trave, livre de Elves Baldé a obrigar Israel a duas boas defesas) antes de concretiza­rem a ameaça, curiosamen­te no único canto a favor. Zé Luís ganhou nas alturas e fez o 2-2 (50'). Mas o Sporting não demorou a recuperar o avanço no marcador, com Pote a desviar para a baliza um centro preciso de Esgaio (53').

Até final, a equipa da casa ainda dispôs de mais um par de ocasiões para matar um jogo em que acabou a tentar segurar a vantagem mínima. Acabou por conseguir mas o desassosse­go foi evidente até ao apito final.

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Pote, Gyökeres e Daniel Bragança marcaram os golos do triunfo do Sporting.

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