Diário de Notícias

Chega quer ser terceira força madeirense

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As possibilid­ades de Francisco Gomes voltar à Assembleia da República após as legislativ­as de domingo, desta vez enquanto primeiro deputado nacional eleito pelo Chega na Madeira, dependem de o partido de André Ventura conseguir tornar-se a terceira força política na região autónoma. Um resultado percentual semelhante ao das eleições regionais de 2023, quando o Chega se ficou por 8,88%, não bastaria: a AD teria três deputados, o PS dois e o sexto caberia ao partido regional Juntos Pelo Povo.

pela Universida­de de Cádis, com classifica­ção máxima – o que levou o antigo presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, a dar-lhe então parabéns –, Francisco Gomes aproximou-se do partido de André Ventura nos anos mais recentes. Foi o mandatário da campanha nas eleições regionais de 2023, tornando-se chefe de gabinete do grupo parlamenta­r na Assembleia Legislativ­a Regional da Madeira. “O Chega e toda a sua estrutura têm evoluído imenso”, diz o agora cabeça de lista ao DN.

Em 2020, noutro texto que publicou na rede social agora detida por Elon Musk, na sequência da perda da maioria absoluta do PSD na região autónoma, Francisco Gomes escrevia que, “entre um PSD que faz alianças com o CDS e um PSD que discute aproximaçõ­es com o Chega”, tinha “saudades do PSD que sabia o que era e que sabia o que defendia”, além de que “vencia eleições sozinho”.

Bem menos críticos em relação ao Chega foram outros tweets que Francisco Gomes publicou em 2020. Em maio, Francisco Gomes definia a criação de André Ventura como “um exemplo perfeito de um partido que se está a fazer à custa da putrefação política instalada em Portugal”. E referia-se especifica­mente ao Bairro da Jamaica, no Seixal, “gerido por uma autarquia comunista desde os Anos 70”, como a prova de que “os partidos que suportam o Governo não têm resposta, nem são exemplo”.

E, em agosto de 2020, dizia ser urgente uma reflexão no centro-direita. “Ainda não compreende­mos que grave é não perceber que, ao rejeitar o dito ‘horror’ do Chega e ao acarinhar o (real) horror do PCP e do Bloco de Esquerda, estamos a legitimar todos os horrores e a desumaniza­ção do indivíduo em nome de princípios apresentad­os como ‘superiores’”, escrevia o então militante social-democrata.

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