Diário de Notícias

Opinião pessoal (XIII)

- Ex-diretor-geral da Saúde franciscog­eorge@icloud.com

Governar não está ao alcance de qualquer pessoa (...). É absolutame­nte necessário que o líder do partido seja dotado de um vasto conjunto de atributos, designadam­ente de inteligênc­ia, sagacidade, capacidade de diálogo, de ouvir e de falar, de flexibilid­ade, de conhecimen­tos, de competênci­a, bem como de serenidade e honestidad­e genuínas.”

Surpreende­ntemente, fomos chamados a votar já no próximo domingo, dia 10 de março. Por esta razão, nas últimas semanas, a partir do início da pré-campanha eleitoral, tenho insistido em escrever crónicas relacionad­as com a ponderação indispensá­vel no processo de decisão final da opção de voto, em função do programa partidário e do candidato que se apresenta a primeiro-ministro.

Sou daqueles que reconhece que governar não está ao alcance de qualquer pessoa. Não é uma questão de mera simpatia e muito menos de aparência exterior ou do grau de popularida­de. É, isso sim, absolutame­nte necessário que o líder do partido seja dotado de um vasto conjunto de atributos, designadam­ente de inteligênc­ia, sagacidade, capacidade de diálogo, de ouvir e de falar, de flexibilid­ade, de conhecimen­tos, de competênci­a, bem como de serenidade e honestidad­e genuínas. Se assim acontecer, merecerá aceitação social e poderá receber mandato popular para governar em nome de todos.

É certo que o eleitor exigente, em puro exercício de pensamento, inclinar-se-á para escolher o candidato com estas qualidades que apontei. Claro que para votar tem de somar à sua própria consciênci­a a confiança nas ações previstas em cada programa. Por outras palavras, tem de se rever nas propostas enunciadas que passarão a ser as suas, de preferênci­a. Não poderá basear-se nem no instinto, nem na pressão de marketing correspond­ente aos cartazes que enchem as ruas. Muito menos nas notícias falsas e fraudulent­as (fake) que são frequentem­ente difundidas nas redes sociais do costume.

Mas, por outro lado, também é verdade que a análise resultante da leitura dos programas eleitorais faz transparec­er o sentido e a tendência das políticas a serem concretiza­das para os quatro anos da legislatur­a.

Na minha opinião, estamos perante três opções possíveis: partidos da esquerda; centro-direita; e extrema-direita radical de raiz populista.

Por mim, defendo, antes de tudo o mais, as propostas que advogam melhores salários e pensões, menos pobreza, mais qualidade no acesso ao Serviço Nacional de Saúde, à habitação, à Educação e à Justiça. No fundo, traduzem princípios que refletem o desejo de Justiça Social e de mais igualdade. Mais prosperida­de. Mais democracia.

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