Diário de Notícias

NOS garante retorno do 5G após “pico” de investimen­to

CEO acredita que 5G gratuito não afetará receitas. Serviços móveis do operador já refletem esta aposta. Segundo dados da Anacom, a NOS é a empresa com maior número de antenas 5G. Operador diz cobrir 94% da população com nova rede móvel.

- TEXTO JOSÉ VARELA RODRIGUES

Opresident­e executivo da NOS, Miguel Almeida, afirmou ontem que a aposta da empresa de telecomuni­cações no 5G já está a gerar retorno e, assim, continuará a verificar-se futurament­e, apesar de a telecom ter decidido que não irá cobrar aos clientes pelo acesso a serviços suportados pela nova nova rede móvel.

“O investimen­to que fizemos no 5G está, claramente, a gerar retorno e acreditamo­s que continuará a gerar, de forma significat­iva”, afirmou o gestor numa call com analistas de mercado, ontem, sobre as contas de 2023 da NOS. Segundo Miguel Almeida, o retorno já se verifica no negócio móvel, onde o número de subscritor­es cresceu 3,2% (mais 183 mil novos clientes angariados, para 5,9 milhões), em termos homólogos.

O CEO da NOS defendeu que a decisão de continuar a disponibil­izar serviços 5G sem encargos adicionais – opção revelada no final de janeiro – “não invalida o enorme potencial” da nova tecnologia móvel na operação da empresa. O gestor acredita que há uma “vantagem significat­iva “da NOS sobre as concorrent­es Altice e Vodafone, por ter sido a primeira telecom a obter licença e a lançar a rede 5G.

Miguel Almeida explicou, ainda, o racional por trás da decisão de manter o 5G gratuito: “Nunca cobrámos pelo acesso ao 5G. O que mudou, recentemen­te, foi que um operador [aVodafone] compromete­u-se – e os outros acompanhar­am a decisão – a nunca cobrar pelo acesso ao 5G. Nunca cobrámos no passado e não iremos cobrar no futuro.”

A NOS, de acordo com os dados mais recentes da Anacom referentes ao ano de 2023, é o operador com maior número de antenas 5G (4235) – aVodafone tem 3233 e a Altice controla 1459 – e, segundo as contas do último ano do operador, a sua rede 5G cobre 94% da população do país (84% em 2022).

No comunicado veiculado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliário­s (CMVM) na terça-feira, a NOS refere que a “decisão estratégic­a de acelerar a implementa­ção do 5G (...) está a dar frutos”, sendo a área dos serviços móveis “o principal motor de cresciment­o” operaciona­l do último ano.

Numa outra nota enviada à redação, Miguel Almeida afirma que a NOS já investiu “cerca de 1500 milhões de euros, nestes últimos três anos”, e que 2023 encerrou “um ciclo de elevado investimen­to” na nova tecnologia móvel.

Aliás, consideran­do “o pico de implementa­ção do 5G já ultrapassa­do”, o investimen­to do operador no último ano, excluindo contratos de leasing e outros direitos contratuai­s, caiu 21,8%, para 387,6 milhões de euros.

A NOS registou um lucro de 181 milhões de euros em 2023, menos 19,2% face ao resultado líquido do ano anterior. E não fossem as mais-valias decorrente­s da alienação de torres de telecomuni­cações, o lucro teria subido 30,7%. O resultado antes de impostos, juros, depreciaçõ­es e amortizaçõ­es (EBITDA) aumentou 10,1%, para 716,7 milhões de euros, e as receitas totais ascenderam a 1,59 mil milhões de euros (+10%).

O conselho de administra­ção vai propor o pagamento de um dividendo de 35 cêntimos por ação, mais 25,9% do que no último exercício, o que reflete um rácio de pagamento de 99,6% dos resultado líquido obtido. Aos analistas, Miguel Almeida disse que o valor proposto para remunerar o acionista “é sustentáve­l”. Se for aprovado, serão distribuíd­os pelos acionistas 180,3 milhões de euros.

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NOS apresentou um lucro 181 milhões de euros na terça-feira, menos 19,2% face a 2022.

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