Diário de Notícias

Jerónimo Martins vai abrir mais 50 restaurant­es Pingo Doce este ano

Grupo liderado por Pedro Soares dos Santos quer terminar 2024 “como a maior cadeia de restauraçã­o em Portugal”.

- TEXTO MÓNICA COSTA monica.costa@dinheirovi­vo.pt

Ogrupo Jerónimo Martins vai continuar a apostar na área da restauraçã­o e este ano conta abrir mais 50 novos espaços de refeição nos supermerca­dos Pingo Doce. Os novos restaurant­es vão somar-se aos 190 existentes, passando a cadeia a deter uma rede de 240. A intenção é “terminar 2024 como a maior cadeia de restauraçã­o em Portugal”, disse ontem Pedro Soares dos Santos, presidente da empresa, na apresentaç­ão das contas de 2023.

O grupo teve lucros de 756 milhões de euros e as vendas globais atingiram no ano passado os 30,6 mil milhões de euros. A cadeia Pingo Doce faturou 4,9 mil milhões, uma subida de 7,9% face ao ano anterior.

Pedro Soares dos Santos disse nunca ter pensado ser possível acabar o ano de 2023 com as vendas no patamar dos 30 mil milhões, consideran­do mesmo o montante “um número fantástico”. E sublinhou o contributo do mercado polaco, onde detém as insígnias Biedronka e Hebe. As vendas nas 3569 lojas Biedronka aumentaram 22,3% para 21,5 mil milhões de euros e nos planos está a expansão da cadeia para a Eslováquia.

O gestor antecipa que os próximos meses serão desafiante­s para a JM pela crescente concorrênc­ia no setor do retalho alimentar, mas Pedro Soares dos Santos diz estar habituado à concorrênc­ia em Portugal e que é um incentivo à modernizaç­ão.

Para este ano, o grupo antecipa que a deflação alimentar venha a pressionar as margens. “Agora celebramos o que conseguimo­s em 2023, mas não escondemos que com o aumento de custos vamos ter um ano complicado”, sublinhou Ana Luísa Virgínia, responsáve­l financeira, estimando que a empresa não possa contar com a contribuiç­ão da inflação nas vendas. “Vamos ter de lutar ainda mais pelos volumes”, disse.

Pedro Soares dos Santos avançou que a JM vai continuar o seu esforço para manter preços acessíveis para os consumidor­es, mas de forma a que o mesmo não ponha em “perigo o balanço da companhia”.

Instado a comentar a instabilid­ade política, com o país à beira de mais umas eleições legislativ­as, Pedro Soares dos Santos disse que “a gestão e a fraca qualidade dos nossos políticos obriga-nos a pensar se não devemos mudar, como sociedade, e esse, para mim, é talvez o maior desafio”, afirmou.

O gestor considera que o problema do país não tem sido falta de dinheiro, e sim “a qualidade e a falta de gestão, das pessoas perceberem qual é o bem comum ”. E, para cimentar a opinião, acrescento­u ainda que seria “bom como portuguese­s pensarmos em alguma mudança”, uma vez que “nos últimos 20 anos, se [os políticos] tivessem sabido responder às necessidad­es, Portugal teria crescido, não estagnado”.

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Líder da JM promete esforço para manter preços acessíveis.

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