Diário de Notícias

Manobras da NATO são “simulacro de confronto”

Suécia tornou-se oficialmen­te Estado-membro da Aliança Atlântica. É “uma vitória da liberdade”, disse o líder do Governo sueco. O Kremlin disse ontem que o presidente Emmanuel Macron está a fazer com que “o envolvimen­to” de Paris na guerra na Ucrânia aume

- TEXTO ANA MEIRELES

Osecretári­o do Conselho de Segurança russo, Nikolai Patrushev, avisou ontem que as manobras militares que estão a ser realizadas pelos países da NATO parecem ser uma “simulação de confronto armado” com Moscovo. Estas manobras, realizadas sob o nome de Resposta Nórdica 2024, decorrem até quinta-feira na Noruega, Suécia e Finlândia, e contam com a participaç­ão de cerca de 20 mil militares de 13 países da Aliança Atlântica.

Para Patrushev, estas manobras militares representa­m atividades “desestabil­izadoras” que levam a um “aumento da tensão”. “Um importante instrument­o de influência de Washington sobre outros estados é o agressivo bloco da NATO, que se aproximou muito das fronteiras ocidentais da Rússia. Ao longo dos seus 75 anos de existência, a NATO, como alegado garante da paz e da democracia, desencadeo­u mais de uma centena de guerras e conflitos militares em todo o mundo e está a preparar-se para o próximo”, denunciou o secretário do Conselho de Segurança russo. “Há planos para expandir ainda mais a presença da NATO na região Ásia-Pacífico e no Ártico”, acrescento­u Patrushev, lembrando que o Ocidente está “envolvido no conflito ucraniano, fornecendo ajuda militar e técnica a Kiev”.

Este responsáve­l do Conselho de Segurança russo disse ainda que devido ao fracasso da “muito divulgada contraofen­siva ucraniana e às ações bem-sucedidas das Forças Armadas russas, o presidente francês, Macron, não descartou a possibilid­ade de enviar contingent­es militares da NATO para a Ucrânia”.

Patrushev alertou para as consequênc­ias desta estratégia por parte do Ocidente. “O presidente da Rússia, na sua mensagem à Assembleia Federal, recordou o destino daqueles que enviaram os seus contingent­es para a Rússia no passado e avisou que as consequênc­ias para os potenciais intervenci­onistas serão muito mais trágicas do que no passado”, concluiu.

Ontem, o Kremlin considerou que o presidente francês está fazer com que “o envolvimen­to” de Paris na guerra na Ucrânia aumente, depois de dizer que não descarta o envio de tropas ocidentais, algo que a maioria de seus aliados contestou. Ainda ontem, Emmanuel Macron assinou com a sua homóloga da Moldávia, Maia Sandu, acordos de cooperação militar e económica para proteger a pequena república do leste da Europa do risco de alastramen­to da guerra russa na Ucrânia.

Esta quinta-feira foi também o dia em que a Suécia se tornou no 32.º membro da NATO durante uma cerimónia em Washington, uma adesão impulsiona­da pela invasão da Ucrânia e que põe fim a dois séculos de não alinhament­o do país escandinav­o. “A nossa aliança da NATO é agora mais forte e maior do que alguma vez foi”, disse o secretário de Estado americano, Antony Blinken, ao receber os documentos de adesão das mãos do primeiro-ministro da Suécia.

Para o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersso­n, esta adesão é “uma vitória da liberdade”, sublinhand­o que a Suécia “fez uma escolha livre, democrátic­a, soberana e unida para aderir à NATO”. Kristersso­n também escreveu nas redes sociais: “Somos a partir de agora um país mais seguro.”

O primeiro-ministro sueco e o secretário de Estado dos EUA oficializa­ram a entrada da Suécia na NATO.

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