Diário de Notícias

China quer estreitar laços com a Rússia e acusa os EUA de “tentar reprimir” Pequim

Ministro dos Negócios Estrangeir­os chinês avisou ainda que os independen­tistas de Taiwan, no poder, serão “liquidados pela História”.

- A.M.

Wang Yi falou esta quinta-feira à margem das “Duas Sessões”.

Oministro dos Negócios Estrangeir­os chinês acusou ontem os Estados Unidos de tentarem “reprimir a China”, afirmando que o “desejo de culpar [Pequim] com qualquer pretexto atingiu um nível incrível”, ao mesmo tempo que elogiou a aliança do país com a Rússia. “Opomo-nos resolutame­nte a todos os atos de hegemonia e intimidaçã­o, e defenderem­os firmemente a soberania e segurança nacionais, bem como os interesses de desenvolvi­mento”, afirmou Wang Yi à margem das “Duas Sessões”, nas quais o parlamento e um fórum de consulta política se reúnem simultanea­mente para discutir a estratégia do Governo do presidente Xi Jinping para o ano em curso.

Estas declaraçõe­s surgem um dia após uma reunião entre a Austrália e a Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), que alertaram contra as ações da China que “colocam em perigo a paz” no Mar do Sul da China. Ontem, Wang declarou que Pequim “defenderá legitimame­nte seus direitos de acordo com a lei” e fez um apelo para que “certos países de fora da região não provoquem problemas ou tomem partido, e não virem provocador­es de problemas no Mar do Sul da China”.

Este último comentário pareceu direcionad­o aos EUA, país sobre o qual afirmou que “os métodos utilizados para reprimir a China são constantem­ente renovados e a lista de sanções unilaterai­s é constantem­ente ampliada”, referindo-se ainda à oposição de Pequim ao “unilateral­ismo e ao protecioni­smo”, queixas que se têm repetido por parte da China nos últimos tempos. Wang referiu também que atualmente a relação entre EUA e China é “crítica”.

Pelo contrário, segundo o ministro dos Negócios Estrangeir­os chinês, a relação entre Pequim e Moscovo será fortalecid­a nos próximos meses, explicando que os dois países “estabelece­ram um novo paradigma para as relações entre grandes potências, completame­nte diferente da era da Guerra Fria” e que os seus laços seguem a “base do não-alinhament­o, não confrontaç­ão e não direcionam­ento a terceiros”.

A China tem sido criticada pelo Ocidente pela sua recusa em condenar a invasão russa da Ucrânia, com Pequim a garantir ser uma parte neutra no conflito. No entanto, a sua parceria estratégic­a com Moscovo tem vindo a crescer desde o início da guerra – no ano passado, as trocas entre os dois países atingiu um valor recorde de cerca de 220 mil milhões de euros, com Wang a sublinhar ontem que o gás natural russo abastece as famílias chinesas e e os carros chineses circulam nas estradas russas.

Wang reservou também palavras fortes para os independen­tistas de Taiwan, atualmente no poder, ao afirmar que serão “liquidados pela História”.

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