Diário de Notícias

Exército de Israel diz que “atirou contra suspeitos”

- A. M.

OExército israelita rejeitou ontem ter atacado o comboio humanitári­o em Gaza no dia 29 de fevereiro e justificou que os “soldados dispararam, precisamen­te, contra suspeitos”. De acordo com o Hamas, o ataque israelita no norte do enclave fez 115 mortos civis que recebiam bens essenciais.

“O exame efetuado pelo comando revelou que as tropas [israelitas] não dispararam contra o comboio humanitári­o, mas que dispararam contra um certo número de suspeitos que se aproximara­m [dos soldados israelitas] e representa­vam uma ameaça”, declarou o Exército em comunicado.

Após o ataque, as autoridade­s de Gaza denunciara­m um massacre cometido pelo Exército de Israel, acusando os militares de atacar civis que se encontrava­m concentrad­os junto a uma coluna humanitári­a. A Autoridade Palestinia­na também se referiu a um “atroz massacre”, sublinhand­o que a ação é resultado “da guerra genocida por parte do Governo de ocupação”.

Na altura, o Exército de Israel disse que as mortes foram causadas por uma “fuga desordenad­a” e limitou a 10 as pessoas mortas pelos militares. A comunidade internacio­nal, desde os Estados Unidos à União Europeia, mas também a ONU, condenaram este ataque.

A Comissão Europeia, em conjunto com seus Estados-membros e países terceiros, enviou ontem um navio humanitári­o para a Faixa Gaza a partir de Chipre para abrir, este domingo, um corredor marítimo de auxílio aos palestinia­nos. Uma iniciativa que já foi elogiada pelo Governo israelita

O lançamento desta nova via de ajuda surge um dia depois de os Estados Unidos terem anunciado a construção de um cais temporário em Gaza, em coordenaçã­o com parceiros humanitári­os e outros países, para permitir a entrega de quantidade­s significat­ivas de assistênci­a por via marítima.

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