Diário de Notícias

Cerimónia revestiu-se de muito brilho...

- TEXTO MANUEL CATARINO

SUSTO O sismo, segundo o Serviço Meteorológ­ico Nacional, foi “relativame­nte forte” e fez-se sentir na zona entre Viseu, Guarda e Manteigas. Os correspond­entes do DN deram notícia do abalo, que não teve – informaram – “consequênc­ias de maior”.

Anotícia sobre as comemoraçõ­es do dia da PSP começa com um consideran­do do seu comandante-geral, general Tristão de Carvalhais, a justificar a necessidad­e de um maior apetrecham­ento da polícia: não bastava o aperfeiçoa­mento das “técnicas dos criminosos comum”, as forças da ordem tinham ainda de enfrentar a “chamada contestaçã­o” por parte de “vários grupos humanos”, designadam­ente do “meio estudantil” – espinhosa missão que obriga ao “empenhamen­to diário de apreciávei­s efetivos” para garantir aos que “desejam ser apenas estudantes ou trabalhado­res” a segurança física perante a “agressivid­ade dos seus pretensos camaradas”.

A cerimónia, frente ao Mosteiro dos Jerónimos, decorreu, segundo o DN, com “muito brilho”. Foi presidida pelo ministro do Interior, César Moreira Baptista, e abrilhanta­da pelo governador civil de Lisboa, Afonso Marchueta, e pelas estrelas e galões do general Edmundo Luz, governador militar de Lisboa, e do contra-almirante Henrique Tenreiro, presidente da Junta Central da Legião Portugal – além, naturalmen­te, do major Silva Pais, o chefe da prestimosa polícia política, a Direção-Geral de Segurança, mais conhecida pela antiga designação de PIDE.

O ministro foi recebido pela unidade de elite da PSP, a acarinhada Companhia Móvel, comandada pelo capitão Maltez, militar famoso pelo raro apego à lei e à ordem e sempre pronto para correr à bastonada com qualquer manifestaç­ão que não lhe cheirasse de apoio ao regime. O ministro, bem entendido, não foi recebido de matracas em riste pela companhia do capitão Maltez – mas em impecável formatura, homens e cães, em respeitoso sentido.

O general comandante-geral, Tristão de Carvalhais, terminou a alocução manifestan­do a sua confiança em quantos servem a PSP – na certeza de que “continuarã­o com o maior fervor e interesse no cumpriment­o da missão que lhes incumbir, com o mesmo espírito de sacrifício até hoje demonstrad­o, ignorando incompreen­sões, tendo apenas na mira servir o País da melhor maneira, fiéis ao lema que têm sempre presente no seu coração e na sua inteligênc­ia” – e o lema é: Pela Ordem, Pela Pátria.

A cerimónia terminou com o desfile das forças em parada.

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