Cerimónia revestiu-se de muito brilho...
SUSTO O sismo, segundo o Serviço Meteorológico Nacional, foi “relativamente forte” e fez-se sentir na zona entre Viseu, Guarda e Manteigas. Os correspondentes do DN deram notícia do abalo, que não teve – informaram – “consequências de maior”.
Anotícia sobre as comemorações do dia da PSP começa com um considerando do seu comandante-geral, general Tristão de Carvalhais, a justificar a necessidade de um maior apetrechamento da polícia: não bastava o aperfeiçoamento das “técnicas dos criminosos comum”, as forças da ordem tinham ainda de enfrentar a “chamada contestação” por parte de “vários grupos humanos”, designadamente do “meio estudantil” – espinhosa missão que obriga ao “empenhamento diário de apreciáveis efetivos” para garantir aos que “desejam ser apenas estudantes ou trabalhadores” a segurança física perante a “agressividade dos seus pretensos camaradas”.
A cerimónia, frente ao Mosteiro dos Jerónimos, decorreu, segundo o DN, com “muito brilho”. Foi presidida pelo ministro do Interior, César Moreira Baptista, e abrilhantada pelo governador civil de Lisboa, Afonso Marchueta, e pelas estrelas e galões do general Edmundo Luz, governador militar de Lisboa, e do contra-almirante Henrique Tenreiro, presidente da Junta Central da Legião Portugal – além, naturalmente, do major Silva Pais, o chefe da prestimosa polícia política, a Direção-Geral de Segurança, mais conhecida pela antiga designação de PIDE.
O ministro foi recebido pela unidade de elite da PSP, a acarinhada Companhia Móvel, comandada pelo capitão Maltez, militar famoso pelo raro apego à lei e à ordem e sempre pronto para correr à bastonada com qualquer manifestação que não lhe cheirasse de apoio ao regime. O ministro, bem entendido, não foi recebido de matracas em riste pela companhia do capitão Maltez – mas em impecável formatura, homens e cães, em respeitoso sentido.
O general comandante-geral, Tristão de Carvalhais, terminou a alocução manifestando a sua confiança em quantos servem a PSP – na certeza de que “continuarão com o maior fervor e interesse no cumprimento da missão que lhes incumbir, com o mesmo espírito de sacrifício até hoje demonstrado, ignorando incompreensões, tendo apenas na mira servir o País da melhor maneira, fiéis ao lema que têm sempre presente no seu coração e na sua inteligência” – e o lema é: Pela Ordem, Pela Pátria.
A cerimónia terminou com o desfile das forças em parada.