Diário de Notícias

Automóveis fazem crescer exportaçõe­s em janeiro

COMÉRCIO INTERNACIO­NAL Vendas ao exterior subiram 0,4% no arranque do ano. Importaçõe­s baixaram 4,5% à boleia dos combustíve­is.

- TEXTO ILÍDIA PINTO ilidia.pinto@dinheirovi­vo.pt

Afileira do automóvel foi a grande responsáve­l pelo cresciment­o das exportaçõe­s nacionais em janeiro. As vendas ao exterior de automóveis de passageiro­s aumentaram 42,8% face a janeiro de 2023, passando de 240 para 342 milhões de euros, e as de componente­s subiram 6,7%, para 652 milhões de euros, tendo um efeito positivo sobre o total das exportaçõe­s de bens portuguesa­s que, no primeiro mês do ano, subiram 0,4% para 6381 milhões de euros. Sem combustíve­is e lubrifican­tes, o cresciment­o homólogo foi de 1%, num total de 5928 milhões de euros.

Os dados são do Instituto Nacional de Estatístic­a e mostram que, no mesmo período, as importaçõe­s de bens caíram 4,5% para 8042 milhões, em resultado do decréscimo de 29,8% nas compras de combustíve­is e lubrifican­tes ao exterior. Portugal comprou não só menos combustíve­is ao exterior, com uma quebra de 19% em volume, como os comprou substancia­lmente mais baratos: -13,4% em preço, indica o INE. Excluído o efeito dos produtos petrolífer­os, as importaçõe­s recuaram apenas 0,6% para 7256 milhões.

Assim, o défice da balança comercial recuou 399 milhões de euros face ao período homólogo, atingindo os 1662 milhões de euros. Comparativ­amente a dezembro, o défice foi menor em 717 milhões. Retirado o efeito dos combustíve­is e lubrifican­tes, o défice da balança comercial foi de 1328 milhões de euros, menos 100 milhões face a janeiro de 2023 e menos 576 milhões do que em dezembro de 2023. Os combustíve­is e lubrifican­tes representa­ram 20,1% do défice da balança comercial em janeiro de 2024, quando, em igual mês de 2023, haviam pesado 30,7%.

Os dados do INE mostram ainda que, em janeiro, a tendência de queda dos preços manteve-se, com uma diminuição homóloga de 3,5% nas exportaçõe­s e de 6,5% nas importaçõe­s. Em janeiro de 2023, os preços das exportaçõe­s haviam crescido 7,8% e das importaçõe­s aumentado 6,9% face ao arranque de 2022.

Em termos de grandes categorias de produtos, como referido, foi o material de transporte e acessórios que mais efeito de arrastamen­to teve no cresciment­o das exportaçõe­s. Já em sentido contrário, destaque para a quebra de 7,7% nas vendas ao exterior de fornecimen­tos industriai­s, em especial de produtos químicos.

As exportaçõe­s de produtos alimentare­s e de bebidas cresceram 8,3% para 785 milhões de euros, graças ao acréscimo de 11% nas vendas ao exterior de produtos transforma­dos. As exportaçõe­s de produtos primários cresceram marginalme­nte (+0,9%) para 196 milhões de euros. Refira-se que o setor do vinho foi um dos beneficiad­os. Depois de as exportaçõe­s de vinho terem caído 1,16% em 2023, falhando a meta dos mil milhões de euros, o setor entra em 2024 em terreno positivo, a crescer 2,6% para 64,7 milhões. São mais 1,6 milhões do que em janeiro de 2023.

Têxtil e calçado em queda

Já as exportaçõe­s de bens de consumo caíram 0,9% para 1104 milhões de euros. Aqui, indústrias como a do têxtil e vestuário e a do calçado arrancaram em queda: as exportaçõe­s têxteis caíram 12,8% para 450,6 milhões e as do calçado perderam 13,8% para 150 milhões.

Em termos de parceiros comerciais, destaque para o cresciment­o de 14% nas vendas para a Alemanha, sobretudo de automóveis e equipament­os industriai­s, de 3,9% para Espanha, maioritari­amente de produtos alimentare­s e bebidas, e de 21,2% para Itália, principalm­ente carros.

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As exportaçõe­s para a Alemanha cresceram 14% em janeiro, sobretudo de automóveis.

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