Diário de Notícias

Ramadão começa sem trégua e com Israel a deixar aviso ao Hamas

Estados Unidos voltaram a lançar ajuda humanitári­a sobre a Faixa de Gaza. António Guterres apelou a um cessar-fogo e à libertação de reféns durante o mês sagrado muçulmano.

- TEXTO ANA MEIRELES

ORamadão começou ontem sem o desejado cessar-fogo entre Israel e o Hamas – o presidente dos Estados Unidos, por exemplo, defendeu várias vezes esta necessidad­e –, tendo o primeiro dia do mês sagrado dos muçulmanos sido marcado por novos bombardeam­entos israelitas, nomeadamen­te na Cidade de Gaza, no norte do enclave, e em Khan Yunis e Rafah, no sul. A par disso, o Governo de Telavive afirmou ontem que as autoridade­s “respeitam a liberdade de culto” na Mesquita de al-Aqsa, na Esplanada das Mesquitas, mas advertiu os que “pensam pôr Israel à prova” para não “cometerem erros”.

“Digo a todos aqueles que estão a pensar pôr-nos à prova este mês: estamos prontos. Não cometam erros”, afirmou o ministro da Defesa israelita, Yoad Gallant numa mensagem publicada na sua rede social X, em que felicitava os muçulmanos pelo Ramadão. “É um mês importante para melhorar as relações de vizinhança e reforçar os laços familiares”, prosseguiu Gallant, sublinhand­o que Israel “está consciente de que pode ser um mês de jihad”, tendo em conta o aumento das tensões e a ausência de um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza.

Estas declaraçõe­s surgiram depois de, no domingo à noite, as forças de segurança israelitas terem impedido centenas de fiéis muçulmanos de entrarem na Mesquita de al-Aqsa para as primeiras orações após o início do Ramadão. As autoridade­s também instalaram arame farpado na vedação adjacente ao complexo, perto da Porta do Leão, segundo a Administra­ção palestinia­na em Jerusalém, que falou de “um precedente perigoso”.

Tanto o Governo palestinia­no como o Hamas avisaram Israel para não impor restrições ao acesso e permitir a liberdade de culto na Esplanada das Mesquitas – conhecida pelos judeus como Monte do Templo – para evitar uma nova escalada de tensões e violência.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, já tinha declarado que não haveria restrições à liberdade de culto durante o mês sagrado do Ramadão, contrarian­do as afirmações do ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, de extrema-direita.

Na semana passada, Ben Gvir, um defensor dos colonatos e do sionismo religioso, afirmou que se o acesso dos muçulmanos à Espla

Devido às dificuldad­es de entrega de ajuda, a população de Gaza está à beira da fome.

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