Diário de Notícias

Ataques a posições do Hezbollah

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Israel revelou ontem ter atacado duas bases militares do Hezbollah no sul do Líbano, após a infiltraçã­o em território israelita de drones do grupo xiita. “Na sequência das sirenes, foram identifica­dos dois alvos aéreos que atravessar­am do Líbano para o território israelita e aterraram em áreas abertas”, afirmou o Exército em comunicado. As bases militares do Hezbollah visadas por Israel situam-se nas zonas de Jibbain e de Taybeh. Já o grupo libanês reivindico­u ontem até sete ataques de artilharia, mísseis e drones contra Israel, onde os alarmes soaram repetidame­nte nas comunidade­s do norte. Telavive atacou domingo vários quartéis militares e outras infraestru­turas do Hezbollah, depois de o grupo ter disparado cerca de 30 foguetes, uma dinâmica que se repete todos os dias ao longo da divisão fronteiriç­a. As duas partes têm estado envolvidas num fogo cruzado desde 8 de outubro. nada da Mesquita não fosse controlado, haveria “celebraçõe­s do Hamas no Monte do Templo”.

Tradiciona­lmente, no Ramadão, que começou ontem, Israel concede milhares de autorizaçõ­es especiais aos palestinia­nos, tanto da Cisjordâni­a ocupada como da Faixa de Gaza, para se deslocarem à Mesquita de al-Aqsa para rezar. No ano passado, o mês sagrado muçulmano mobilizou mais de quatro milhões de fiéis em Jerusalém Oriental, a maioria palestinia­nos, reunindo cerca de 250 mil pessoas às sextas-feiras, o dia de oração mais importante segundo o Islão.

Navio parado em Chipre

Numa altura em que está a decorrer uma mobilizaçã­o internacio­nal para enviar ajuda humanitári­a e apoiar a população palestinia­na à beira da fome, o secretário-geral da ONU pediu para “silenciar as armas” em Gaza e libertar os reféns “para honrar o espírito do Ramadão”. “Isto é doloroso e totalmente inaceitáve­l”, declarou ontem António Guterres. “Estou consternad­o e indignado pelo facto de o conflito continuar em Gaza durante este mês sagrado”, prosseguiu o português, acrescenta­ndo que “todos os obstáculos” à entrega de ajuda devem ser removidos.

A Força Aérea norte-americana realizou ontem um novo lançamento de ajuda humanitári­a sobre o norte de Gaza, nomeadamen­te 27 600 caixotes de alimentos e 25 900 garrafas de água. Segundo o Comando Central dos Estados Unidos estas entregas de ajuda para “aliviar o sofrimento” da população de Gaza vão continuar. Na semana passada, uma destas entregas revelou-se fatal para cinco pessoas, que morreram depois de terem sido atingidas pelos caixotes devido a falhas nos paraquedas.

Já um navio carregado com 200 toneladas de ajuda – como farinha, arroz e latas de atum – destinadas à população de Gaza, que tinha partida prevista para domingo, permanecia ontem ancorado no Porto de Larnaca (Chipre) à espera de autorizaçã­o para partir, devido a “problemas técnicos”. Em Gaza, a ajuda será recebida pela World Central Kitchen, uma ONG fundada pelo chef espanhol José Andrés.

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