FC Porto com Taremi e golo de vantagem luta por lugar nos quartos contra maldição inglesa
Golo de Galeno na primeira mão dos oitavos de final moraliza dragões para deslocação a Londres. Enfrentar o valioso Arsenal “com respeito, mas sem receio” é o lema de Sérgio Conceição para eliminar os gunners.
Ogolo de Galeno no Estádio do Dragão (1-0), no jogo da primeira mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões, permite ao FC Porto ir a Londres confiante, mas sem euforias. Até porque a história está contra os dragões nos duelos com equipas inglesas: Em 47 partidas, os azuis e brancos venceram 10 e a última foi jogada em Sevilha, apesar de ser frente ao Chelsea (1-0), na 2.ª mão dos quartos.
Esse foi aliás o único encontro europeu ganho na condição de visitante, o que significa que os portista nunca venceram em solo inglês. Em 22 partidas somaram três empate e 19 derrotas (11 golos marcados e 56 sofridos). Reescrever a história é uma missão hercúlea para a equipa de Sérgio Conceição que se pode inspirar nesse épico apuramento em Old Trafford. Na época 2003-04, o FC Porto empatou com o Manchester United (1-1) e apurou-se para os quartos de final de uma prova que, nesse ano, viria a vencer sob o comando de José Mourinho.
Além disso, os gunners perderam os últimos sete jogos da primeira mão nesta fase da prova e não ultrapassam os oitavos-de-final desde a época 2009-10, tendo sido eliminados em sete ocasiões desde então. Sérgio Conceição espera assim consumar a oitava eliminação do Arsenal nos últimos 14 anos. Em sete épocas, o treinador portista apurou os dragões para os oitavos por cinco vezes, podendo hoje garantir um lugar entre as oito melhores equipas da Europa pela terceira vez, depois de o ter conseguido em 2018-19 e 2020-21.
Por que razão o FC Porto tem dificuldades em Inglaterra ? Este jogo representa uma oportunidade para mudar isso? “Os jogos são todos diferentes. O Arsenal está no melhor campeonato do mundo, estão habituados a uma intensidade e nível que é muito superior a todos os adversários, excetuando três ou quatro, do resto da Europa. Nós percebemos isso. Somos sempre competitivos e com certeza que o vamos ser de novo”, respondeu Sérgio Conceição, lembrando grandes jogos em solo inglês, como o último com o Manchester City cujo resultado não sorriu aos portugueses.
O treinador portista acredita que a sua equipa pode fazer um bom jogo em Londres, mas não tem dúvidas que a tarefa será “muitíssimo difícil” até porque a equipa de Arteta tem oito vitórias nos últimos nove jogos, mas ele e o FC Porto estão habituados a lutar com as armas que têm, “com respeito, mas sem receio”.
E sem olhar ao valor de mercado do plantel adversário: 1,1 mil milhões de euros contra os 283,6 milhões dos portistas. “O adversário vai querer ser mais competente do que foi no Dragão, não por demérito deles mas por, na minha opinião, muito mérito do FC Porto. Estamos aqui para ir à luta”, disse o técnico já em solo inglês e confessando que espera um Arsenal “mais intenso” do que aquele que perdeu no Dragão (1-0) há duas semanas.
Sem querer entrar no “plano estratégico”, Conceição explicou os dilemas que espera decifrar para conseguir bloquear os gunners. “Jogar Gabriel Jesus ou Havertz na frente é diferente, Trossard ou Martelei também. Jogar o Jorginho no meio-campo ou o Rice mais recuado é diferente, com Havertz ou Odegaard à frente. Temos de estar preparados para dar uma resposta positiva a nível defensivo, olhando para a baliza adversária. Viemos aqui para marcar golos e ganhar o jogo”, disse o técnico que já conta com Taremi, regressado de lesão, para essa missão.
Francisco Conceição está num grande momento de forma e sabe que só “um grande Porto” poderá eliminar o Arsenal, “uma equipa muito forte”. O extremo regressou ao clube por empréstimo do Ajax e espera ficar. Já o treinador (que também é pai) olha para a evolução dele como jogador da mesma forma que olha para o crescimento de outros jovens, como o Nico González e o Alan Varela ou Evanilson, Pepê, Galeno. “Estão num processo evolutivo. Sabemos da qualidade que têm e depois há momentos e ciclos. Momentos que vão passando, onde essa travessia no deserto, essa azia com que ficam por terem menos minutos mas onde continuam a trabalhar o máximo, não é fácil. Depois, quando têm oportunidade, têm de ter continuidade e dar resposta positiva”, explicou Sérgio Conceição.