Diário de Notícias

Mulher aproveita ida ao pátio para fugir da prisão de Tires

Reclusa utilizou uma cadeira para saltar a vedação, com relativa facilidade. Guardas prisionais alertam para deficiênci­as de segurança.

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Uma mulher de 41 anos fugiu ontem do estabeleci­mento prisional de Tires, um caso que o Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional diz mostrar a “fragilidad­e da segurança” das prisões portuguesa­s.

A Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) disse à Lusa que a reclusa se evadiu “ao final da manhã de hoje [ontem]” da “zona de admissão, onde tinha dado entrada no dia 8 de março”.

“Trata-se de uma reclusa que reentrou no sistema prisional por ter visto revogada a liberdade condiciona­l, vindo agora cumprir o remanescen­te de dois anos e 11 meses que lhe faltava cumprir de uma pena de 9 anos pelos crimes de furto, ofensa à integridad­e física qualificad­a e falsificaç­ão de documentos”, refere a mesma fonte.

Os serviços prisionais já notificara­m “os órgãos de polícia criminal competente­s, estando a diligencia­r-se no sentido da sua recaptura”.

Em paralelo, “foi aberto processo de averiguaçõ­es a cargo do Serviço de Auditoria e Inspeção” para “apurar as circunstân­cias em que teve lugar a ocorrência”, refere a DGRSP.

Segundo fonte prisional, a reclusa terá aproveitad­o uma ida ao pátio para fugir, utilizando uma cadeira para saltar a vedação e sair para um local do complexo onde estão bens apreendido­s pelas autoridade­s.

O dirigente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP) Frederico Morais considera que esta fuga mostra a “fragilidad­e da segurança” das prisões portuguesa­s, com poucos guardas e recursos inadequado­s.

“O sindicato tem vindo a alertar para a inseguranç­a dos estabeleci­mentos prisionais e isto aconteceu”, disse Frederico Morais, consideran­do que a “segurança está em causa” pela falta de recursos de vigilância dos detidos.

O dirigente salientou que o previsto encerramen­to do Estabeleci­mento Prisional de Lisboa (EPL) e a transferên­cia de alguns dos reclusos para Tires iria aumentar os riscos, porque este complexo, atualmente destinado a mulheres, tem menos capacidade­s de controlo da população prisional.

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