Mercadona aumentou vendas 90% em Portugal e prevê começar a lucrar já este ano
Insígnia espanhola já trabalha com mil fornecedores nacionais e quer alargar a rede.
Vendas em Portugal foram de 1403 milhões de euros no ano passado.
AMercadona continua a sua trajetória ascendente, tendo registado na globalidade da sua atividade, em Portugal e em Espanha, um aumento de 15% nas vendas consolidadas durante 2023. Do total de 35 527 milhões de euros, 1403 milhões foram provenientes do mercado português, onde a empresa já estabeleceu 49 lojas.
Este resultado financeiro significa que a insígnia aumentou em 90% as vendas em território nacional, não tendo prejuízos, pela primeira vez desde que começou a sua operação em Portugal, há cinco anos. Os lucros, espera o CEO da empresa, devem começar a surgir em 2024. “Estamos seguros de que vamos ganhar dinheiro este ano, em Portugal”, afiançou Juan Roig, frisando que a marca que lidera já conseguiu 8% de quota do mercado nacional.
O sucesso no mercado português deixa os responsáveis da insígnia muito satisfeitos. Tanto que, este ano, a previsão é de abrir 11 novas lojas – com a expansão para Évora e Guarda – e concluir o bloco logístico de Almeirim, tudo com base num investimento de 196 milhões de euros.
Recorda a Mercadona em comunicado que, em Portugal, terminou o ano passado com 5300 trabalhadores, o que equivale a 1800 novos empregos, em comparação com 2022.
No ano passado, comprou 1178 milhões de euros a mil fornecedores portugueses. Como explicou Juan Roig, na conferência de imprensa de apresentação dos resultados, essas empresas fornecem as lojas portuguesas e espanholas. “À medida que os conhecemos melhor, cada vez trabalhamos mais com produtores portugueses. Ainda temos de conhecer melhor a ótima rede de fornecedores que há em Portugal, pelo que trabalhamos com mil agora, mas, no futuro, compraremos mais produtos em Portugal”, assegurou.
Trabalhadores e impostos
A nível ibérico, a Mercadona gerou 5000 novos postos de trabalho, 1800 em Portugal e 3200 em Espanha, atingindo um total de 104 mil colaboradores, que Juan Roig elogiou pelo desempenho do ano passado, dizendo que os bons resultados alcançados pela empresa são fruto do seu trabalho. E, devido à melhoria da eficiência produtiva e gestão, como medida excecional em 2023, foi distribuído mais meio prémio adicional, que resultou na partilha de um total de 600 milhões de euros com os trabalhadores em prémios, mais 50% do que no ano anterior.
A insígnia vai, também, investir 5000 milhões de euros nos próximos cinco anos, dos quais 1100 milhões de euros já em 2024, para continuar a maximizar o seu impacto social e económico em Portugal e Espanha, prevendo ainda aumentar a equipa em mil pessoas.
O CEO afirmou ainda que a empresa que gere tem sorte por estar presente em dois países onde o setor turístico é um motor muito forte, o que contribuiu para o crescimento do negócio. Em 2023, a empresa registou um aumento de clientes, com uma média de 2400 tickets por dia, e viu a sua quota de mercado em euros em Espanha subir para 27,6%.
Já no que a impostos diz respeito, a empresa teve uma contribuição tributária de 2604 milhões de euros para os cofres públicos de Portugal e de Espanha, um aumento de 15% em relação a 2022.
Quando se fala da nossa culinária, enquanto arte de cozinhar, ou da nossa gastronomia, mais numa perspetiva de património cultural, já ninguém questiona a sua excelência. Seja como for, todos nós gostamos de ver reconhecidas as nossas qualidades, e foi o que aconteceu na mais recente Gala Michelin, onde brilham agora cinco novas estrelas Michelin em Portugal, em quatro restaurantes que este ano se estrearam com uma estrela e noutro estabelecimento que conquistou uma dupla distinção. Este é um sinal evidente de que os nossos profissionais, assim como os nossos produtos, saberes e sabores, continuam a sua trajetória ascendente. E isto, sem qualquer margem para dúvida, deve deixar-nos, a todos, “inchados” de orgulho.
Para mim, em especial, que há tantos anos ando “nestas lides”, e que tanto aprecio o valor da nossa gastronomia – há mais de duas décadas elevada a Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO – e também dos nossos chefs e cozinheiros (como alguns ainda gostam de ser chamados), as distinções agora atribuídas pelo Guia Michelin são uma verdadeira honra.
Os 8 restaurantes com duas estrelas e os 31 restaurantes com uma estrela, distinguidos pela qualidade da sua culinária e gastronomia, os 37 estabelecimentos Bib Gourmand, reconhecidos pela relação qualidade-preço, os 5 restaurantes com a EstrelaVerde, que premeia a sua gastronomia sustentável, e os 96 restaurantes recomendados, iluminam, ainda mais, o já tão rico panorama gastronómico nacional.
Não nos devemos esquecer que a reputação de ter restaurantes premiados impulsiona o turismo gastronómico, atraindo mais turistas que buscam experiências culinárias excecionais com destaque para a Culinária Local. A presença de estrelas Michelin em Portugal evidencia a riqueza e diversidade da culinária e da gastronomia local e promove ingredientes locais, técnicas tradicionais e a identidade gastronómica única do país.
Não tão positivo foi o facto de ter sido preciso esperar quase 100 anos, desde a atribuição das primeiras estrelas em Portugal – o Santa Luzia, emViana do Castelo, e o Hotel Mesquita, em Famalicão, distinguidos em 1929 – para que os reconhecimentos do Guia Michelin se celebrassem numa cerimónia exclusivamente dedicada às cores lusas. Mas, finalmente aconteceu e, nesta gala, também se assistiu, pela primeira vez, aos merecidos louvores do Melhor Chefe de Sala, do Melhor Sommelier e do Jovem Chef.
E agora, é precisamente pelos profissionais que prossigo este elogio. Pelos chefs, mas também pelos que com eles trabalham e todos os dias aprendem a excelência da arte de bem cozinhar. Desengane-se quem pensa que os reconhecidos chefs são-no apenas pela suas exímias técnicas e sabedoria à volta do tacho e