Da ditadura ao caos
Ditadura Duvalier
Durante três décadas, entre o final dos Anos 50 e meados dos 80, o país é governado pela ditadura da família Duvalier, que se tornou sinónimo de tortura e assassínios. Quando François Papa Doc Duvalier morre, em 1971, sucede-lhe o filho de 19 anos Jean-Claude, Baby Doc. Este proclama-se presidente vitalício em 1971 e instaura um regime de terror com a ajuda da milícia Tonton Macoutes. Em 1986, exila-se na sequência de uma revolta popular. Vive em França durante 25 anos, regressando ao Haiti em 2011, onde morre três anos depois.
Ex-sacerdote presidente
Em 1990, Jean-Bertrand Aristide, um carismático ex-sacerdote de um bairro de lata, vence as primeiras eleições democráticas no Haiti. O poder muda de mãos várias vezes antes de regressar à Presidência em 2001, numa votação marcada por alegações de fraude. É forçado a demitir-se em 2004, face a uma rebelião armada, e exila-se na África do Sul. A ONU assume o controlo do país durante dois anos, enviando uma força de manutenção da paz.
Terramoto devastador
Um sismo de magnitude 7.0 atinge o país a 12 de janeiro de 2010, causando a morte de cerca de 200 mil pessoas e danos devastadores. As forças de manutenção da paz da ONU enviadas após o terramoto desencadeiam uma epidemia de cólera, que mata cerca de 10 mil pessoas. Os bandos armados florescem.
Presidente assassinado
Em julho de 2021, o presidente Jovenel Moise é morto a tiro em sua casa, perto de Port-au-Prince, por um grupo de 20 colombianos com formação militar. Ariel Henry assume o cargo de forma interina. Promete organizar eleições, mas são adiadas sine die.
Ameaça de guerra civil
A 1 de março, enquanto Henry se encontra no Quénia para tentar acelerar o envio de uma missão multinacional, bandos armados lançam um ataque coordenado para o destituir. Quatro dias depois, Jimmy Barbecue Chérizier, líder de um bando, avisa que haverá uma “guerra civil” se Henry não abandonar o cargo.