Diário de Notícias

O design pode fazer com que um candidato ganhe, ou perca!, como se viu no exemplo americano do início deste texto.”

- E diretor do IADE – Faculdade de Tecnologia e Comunicaçã­o da Universida­de Europeia

na segunda posição, por debaixo de Bush, mas na verdade o segundo furo do boletim correspond­ia ao primeiro candidato da coluna da direita. Este erro foi perceciona­do após as eleições, porque numa das maiores comunidade­s judaicas da Florida, o maior número de votos foi para Pat Buchannan, que é um conservado­r que se opõe à imigração e à multicultu­ralidade.

Pois bem, o que é facto é que muito, mas muito provavelme­nte aquele papelito americano do início do milénio pode ter contribuíd­o (e muito!) para a mudança que sentimos quando os Estados Unidos se viraram para George W. Bush.

Em 2024 a coisa não mudou muito. Continuamo­s a desprezar o poder do design, e mais em particular do design gráfico. Veja-se o que aconteceu nas nossas eleições legislativ­as do passado dia 10 de março. O boletim não elegeu um candidato inesperado, mas pode ter roubado 3 lugares a Luís Montenegro, um por Lisboa, outro por Coimbra e ainda outro por Viseu.

Todos nós nos perguntamo­s, como é que a Alternativ­a Democrátic­a Nacional “roubou” estes três lugares à Aliança Democrátic­a? Eu pergunto se não terá sido uma falácia do design gráfico que tirou estes assentos a Montenegro.

A inconsistê­ncia visual é visível, pois atiram-se partidos para o boletim em maiúsculas e outros em minúsculas, usa-se por exemplo uma sigla visual durante toda a campanha (AD) e depois esta é substituíd­a por uma designação por extenso com uma alusão visual, não à sigla utilizada, mas sim à coligação de três partidos. Pergunto ainda porque temos os partidos “A” em cima, os “R” pelo meio e os “C” no fim do boletim. Qual o critério?

Votar! Escolher quem nos representa é uma coisa séria! Votar é uma experiênci­a, que começa no primeiro dia de campanha, e termina no momento em que colocamos um “X” naquele símbolo que queremos que nos represente.

O design pode ajudar. O design pode fazer com que um candidato ganhe, ou perca!, como se viu no exemplo americano do início deste texto.

Devolvam o design aos designers, e acreditem que não é assim tão difícil fazer isto bem!

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