Surto de hepatite A sem ligação a alimentos, diz a DGS
SAÚDE Já foram reportados este ano 23 casos de hepatite A, na maioria em homens dos 20 aos 49 anos infetados em contexto de transmissão sexual.
A Direção-Geral da Saúde (DGS) afastou ontem a associação entre o surto de hepatite A em Portugal e o consumo de alimentos específicos, como aconteceu em Espanha com a deteção de morangos contaminados importados de Marrocos.
Desde o início do ano e até 5 de março foram identificados 23 casos. A maioria corresponde a homens com idades entre os 20 e os 49 anos, 44% infetados em contexto de transmissão sexual, sem casos graves ou mortais reportados, informa a DGS na sua página da Internet.
“O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) identificou, entre os confirmados, seis casos das estirpes do vírus da hepatite A anteriormente identificada no surto que ocorreu entre 2016-2018, afetando vários países europeus, incluindo Portugal”, salientou a DGS na mesma nota.
Embora esteja em curso uma investigação epidemiológica, é verificado “um aumento de número de casos reportados em janeiro e fevereiro de 2024, em comparação com igual período de anos anteriores”. Em 2020, foram reportados quatro casos, entre janeiro e fevereiro, em 2021, dois casos, em 2022, seis casos, em 2023, dois casos, e em 2024, 18 casos. No total, entre 2020 e 2023 foram contabilizados 102 casos.
A DGS adiantou que, até ao momento, “não parece haver associação com o eventual consumo de alimentos específicos”. “Até à data, e de acordo com a informação disponível dos casos notificados, não parece haver associação com o eventual consumo de alimentos específicos, nomeadamente morangos, tendo em conta o alerta de segurança alimentar da Europa sobre a deteção e pré-venda, em Espanha, de lotes de morangos contaminados com vírus de Hepatite A oriundos de Marrocos, país endémico de hepatite A”, indicou.
A DGS recomenda a notificação dos casos suspeitos no SINAVEmed (https://sinave.minsaude.pt), a realização de um inquérito epidemiológico e a notificação de imediato pelos laboratórios de casos confirmados, aconselhando ainda o reforço das medidas de Saúde Pública e um fortalecimento da vacinação.
Segundo a DGS, os contactos de casos confirmados – coabitantes e contactos sexuais – devem ser vacinados até duas semanas após a última exposição. A vacina contra a hepatite A está disponível mediante prescrição médica, em farmácias comunitárias.