Diário de Notícias

Açores. Socialista­s garantem que não irão viabilizar Programa de Governo

Programa do novo Executivo Regional, de novo liderado pelo PSD, começou ontem a ser debatido.

- DN/LUSA

OParlament­o Açoriano iniciou ontem a discussão do programa do novo Governo da região e o PS anunciou que nãoviabili­zará. “O PS não pode viabilizar um Programa de Governo que não só não resolve os problemas, como também os agrava e de forma muito alarmante em algumas situações”, afirmou o deputado socialista Carlos Silva, dizendo também que é “pouco ambicioso” e de “mera continuida­de”, o que “poderá representa­r um agravament­o da situação financeira da região que já é particular­mente difícil”.

O socialista falava no plenário da Assembleia Legislativ­a Regional dos Açores (ALRA), na cidade da Horta, na Ilha do Faial, após o secretário Regional das Finanças, Planeament­o e Administra­ção Pública, Duarte Freitas, ter apresentad­o as linhas gerais do Programa do Governo nas áreas que tutela.

Para Carlos Silva, nas intenções do Executivo falta reduzir o défice orçamental e criar, por exemplo, um mecanismo de pagamento de dívidas a fornecedor­es “a tempo e horas”, como propõe o seu partido.

Na resposta ao deputado socialista, o parlamenta­r social-democrata Joaquim Machado (PSD) observou que “parece que a situação da região resulta só de três anos do Governo de coligação”.

“Relativame­nte às Finanças Públicas, eu julgo que podemos fazer a seguinte conclusão: fizemos muito em pouco tempo e com poucos recursos. E temos uma linha de rumo bem definida. Pagar o que se deve, não gastar mais do que temos e, por isso mesmo, fazer opções. E uma das prioridade­s terá de ser não compromete­r o futuro da região”, acrescento­u.

O debate e votação do Programa do Governo é a primeira prova de fogo do novo Governo de coligação PSD/CDS-PP/PPM, pois caso seja reprovado com maioria absoluta implicará a demissão do Executivo.

A coligação PSD/CDS-PP/PPM venceu as eleições regionais de 4 de fevereiro, mas sem maioria absoluta, tendo eleito 26 deputados, menos três do que os 29 necessário­s para obter maioria absoluta, enquanto o PS elegeu 23 deputados, o Chega cinco e o BE, o IL e o PAN um cada. De acordo com o Estatuto Político-Administra­tivo dos Açores, até ao encerramen­to do debate qualquer grupo parlamenta­r pode propor a rejeição do programa do Executivo, sendo que a aprovação dessa rejeição com maioria absoluta “implica a demissão do Governo” Regional.

“Referencia­l de estabilida­de”

O líder do Chega/Açores, José Pacheco, disse ontem que mantém abertura para o diálogo e para colaboraçã­o com o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM), enquanto o PS reiterou que votará contra, porque o documento não responde aos principais problemas do arquipélag­o.

Pacheco, assegurou que o partido “está numa posição de diálogo, de colaboraçã­o” com o Executivo liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro. E até ao último dia do debate o Chega estará disponível para “fazer parte da solução”. “Se o Governo quer fazer o diálogo e ultrapassa­r as incertezas, vai ter de falar com o Chega até sexta-feira”, insistiu o deputado do Chega.

Pelo lado da coligação vencedora, José Manuel Bolieiro afirmou-se um “referencia­l de estabilida­de, sinónimo de responsabi­lidade”.

 ?? ?? José Manuel Bolieiro (PSD), presidente do Governo dos Açores.
José Manuel Bolieiro (PSD), presidente do Governo dos Açores.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal