A SEMANA NUM MINUTO
Sáb. Biden critica Israel. Netanyahu garante que continua ofensiva
A prolongada ofensiva de Israel na Faixa de Gaza está a deixar o principal apoiante do Governo de Benjamim Netanyahu sem paciência. Pelo menos é essa a leitura que se pode fazer das declarações do presidente dos EUA, Joe Biden, quando afirma que as decisões do primeiro-ministro israelita estão a “prejudicar mais do que a ajudar Israel”. O desagrado perante a forma como está a ser gerida a operação que já provocou mais de 30 mil mortos palestinianos e arrasou uma grande parte da Faixa de Gaza foi público numa entrevista ao canal de televisão norte-americano MSNBC e não tardou a receber resposta de Netanyahu: “Se ele quer dizer com isso que estou a pôr em prática políticas contrárias à maioria, (contra) o desejo da maioria dos israelitas, e que isso prejudica os interesses de Israel, então ele está errado em ambos os aspetos”, declarou. Resta saber o quanto isso vai custar em vidas de civis.
Dom. A noite dos vencedores. Em Portugal e nos EUA
A noite de domingo e a madrugada de segunda tiveram o condão de levar milhares de pessoas a ver televisão. Em Portugal foi a noite eleitoral, onde se analisaram os resultados das Legislativas que deram – sem os resultados estarem consolidados, pois ainda estão por atribuir os 4 deputados dos Círculos da Emigração – um país a escolher um novo primeiro-ministro, com a vitória a ser obtida pela coligação PSD/CDS/PPM (AD). Destaque da noite foi a subida do Chega, o partido que consolidou o terceiro lugar na Assembleia da República com os seus 48 deputados.
A milhares de quilómetros, uma outra eleição esteve sob escrutínio: os Óscares. Aqui o vencedor foi o filme Oppenheimer, que conquistou 7 estatuetas. Sem surpresa.
2.ª O pedido do Papa Francisco que enfureceu Kiev
O Papa deu uma entrevista no sábado, mas foi no início da semana que surgiram as reações críticas às suas declarações. A poucos dias de completar 11 anos de Pontificado – foi eleito a 13 de março de 2013 –, Francisco disse à televisão suíça RTS que, no caso da guerra entre a Ucrânia e a Rússia, não se devia ter vergonha de “negociar antes que as coisas ficassem piores”. Acrescentou ainda: “Acredito que os mais fortes são aqueles que veem a situação, pensam nas pessoas e têm coragem de levantar a bandeira branca e negociar.” A polémica estava lançada. E a primeira resposta foi do chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kuleba, no X: “A nossa bandeira é amarela e azul. Esta é a bandeira pela qual vivemos, morremos e triunfamos. Nunca levantaremos outras bandeiras.”
3.ª Com o Chega? Sim ou não? É melhor esperar
Dois dias após as eleições legislativas, o país político tem como grande tema de discussão a possibilidade de o Chega – que conquistou um milhão de votos e elegeu 48 deputados – poder, ou não, fazer parte de um Governo liderado pelo PSD ou se, pelo menos, vai ser ouvido em algumas matérias. O líder do partido de extrema-direita, André Ventura, já fez saber que quer ser consultado sobre políticas e nomes de governantes ou então chumba o Orçamento que vier a ser proposto pela AD. Por outro lado, políticos do PSD como Carlos Moedas (presidente da Câmara de Lisboa) ou António Leitão Amaro (vice-presidente do partido) garantiram que isso não vai acontecer. O melhor mesmo é não fazer prognósticos, pois a atividade política em Portugal está muito instável.
4.ª Assédio no CES. Um relatório sem nomes. Nem decisões
Um relatório sem nomes, nem acusações. Mas com suspeições, pedidos de desculpa e referências ao Código de Trabalho. Este é o resumo mais “seco” que se pode fazer do documento que a Comissão Independente de Esclarecimento de Situações de Assédio no Centro de Estudos Sociais apresentou numa sessão restrita à comunidade CES. Traduzindo o que se passou, os elementos da Comissão quiseram agradar a dois mundos: ao das alegadas vítimas de Boaventura Sousa Santos, ao deixar escrito que existiam “padrões de conduta de abuso de poder e assédio por parte de algumas pessoas que exerciam posições superiores na hierarquia do CES”; e a quem defende o sociólogo: “Não somos um tribunal, não podemos fazer uma afirmação dessas.” Portanto: ou haverá consequências do documento da Comissão com eventuais processos disciplinares, ou todas as queixas apresentadas, demissões, suspensões de cargos etc. que foram acontecendo vão ficar “arrumadas” em algum sítio da história do CES e da Universidade. O futuro o dirá…
5.ª O dia em que a notícia foi haver poucas notícias
Este foi o dia em que a notícia foi… a falta de notícias publicadas. Desde 1982 que os jornalistas não faziam uma greve geral – houve algumas em áreas específicas – e nesta quinta-feira a classe mostrou a sua preocupação com as situações laborais que enfrentam. Este protesto foi tão inédito que mereceu destaque em órgãos de comunicação internacionais, que relevaram o facto de durante 42 anos não ter existido uma manifestação de desagrado tão grande da classe. Os líderes dos dois principais partidos mostraram o seu apoio ao protesto destacando a importância de uma comunicação social valorizada e o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, recusou prestar declarações após ter sido recebido pelo Presidente da República no âmbito das audiências relacionadas com as eleições legislativas, por uma questão de solidariedade e de “respeito à profissão”.
6.ª A vitória mais do que anunciada de Putin para o quinto mandato
“Gostaria de felicitar Vladimir Putin pela sua vitória esmagadora nas eleições que começam hoje.” Foi desta forma irónica que o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, deu no X, antigo Twitter, os parabéns ao líder russo pelo triunfo nas eleições presidenciais que começaram ontem e que decorrem até domingo. Sem oposição que lhe possa retirar votos – os verdadeiros opositores ou foram impedidos de participar ou morreram –, Vladimir Putin vai ser eleito para um quinto mandato que durará até 2030. No texto, Charles Michel acrescentou três ideias: “Sem oposição”; “Sem liberdade” e “Sem escolha”. No boletim de voto surgem três outros nomes, todos aprovados pelo Kremlin: Vladislav Davankov, Leonid Slutsky e Nikolay Kharitonov.