Carla Castro sai da IL após posse de novos deputados
Deputada afasta ideia de que ficou à espera do resultado das legislativas, pois oficializou desfiliação com efeito no final do mandato.
Quase dois meses após ter anunciado a sua saída da Iniciativa Liberal (IL), continuam a existir especulações acerca da permanência de Carla Castro no partido, mas a ex-candidata à liderança confirmou ao DN que oficializou a desfiliação ainda durante janeiro, com efeito no fim do mandato de deputada. Ou seja, deixará de ser membro da IL aquando da tomada de posse dos eleitos para a próxima legislatura, o que deve acontecer na última semana de março ou na primeira de abril.
As dúvidas quanto à situação de Carla Castro estavam a criar esperanças junto dos seus apoiantes, ainda que grande parte dos que estiveram consigo quando conseguiu 44% dos votos na Convenção que decidiu a sucessão de João Cotrim de Figueiredo já tenham saído da IL. E, em simultâneo, receios entre alguns próximos da liderança de Rui Rocha de que a deputada tivesse permanecido filiada à espera de um resultado eleitoral tão negativo que provocasse uma alteração na liderança.
No entanto, o pedido de desfiliação que Carla Castro enviou à Secretaria-Geral da IL estipulou que os seus efeitos coincidiriam com a tomada de posse do grupo parlamentar liberal, que mantém oito deputados, tendo Mariana Leitão (Lisboa) e Mário Amorim Lopes (Aveiro) como únicas caras novas, mas marcado pelo recuo em Lisboa. O partido elegeu três deputados no principal círculo eleitoral do país, perdendo um dos que detinha até agora: desceu de 7,90% em 2022 para 6,58%, o que significou uma perda de 6494 eleitores. Algo que ocorreu em contraciclo com o total nacional dos liberais, que até agora tiveram mais 43 650 votos, quando ainda falta apurar os votos dos Círculos da Emigração.
Além de Carla Castro, a IL também deixou de contar no cCírculo de Lisboa com o seu ex-presidente, João Cotrim de Figueiredo, que será cabeça de lista do partido nas eleições europeias – e ainda tem a extremamente improvável hipótese de ser eleito para a Assembleia da República, pois é o primeiro candidato pelo círculo da Europa.
O resultado da IL em Lisboa confirmou os motivos que levaram Carla Castro a recusar permanecer nas listas do partido quando lhe foi proposto o sétimo lugar na lista de Lisboa, com a ressalva de que poderia vir a ser a quinta, atrás de Bernardo Blanco, Mariana Leitão, Rodrigo Saraiva (atual líder parlamentar) e Angélique da Teresa, que acabou por não conseguir ser eleita.
Apesar de ter anunciado publicamente a desfiliação, que estará agora prestes a ser concretizada, e de ter sido apontada como uma das independentes que poderiam integrar as listas de deputados da Aliança Democrática (AD), o que terá gerado uma forte reação de Rui Rocha, Carla Castro nunca chegou a manifestar apoio à coligação liderada por Luís Montenegro antes das legislativas de 10 de março.
Pelo contrário, Paulo Carmona, que seria o vice-presidente da IL se a ainda deputada tivesse sucedido a Cotrim de Figueiredo, foi um dos oradores da Convenção Por Portugal, que juntou “ilustres” da AD no Centro de Congressos do Estoril.
As dúvidas quanto à situação de Carla Castro estavam a criar esperanças junto dos seus apoiantes, ainda que grande parte dos que estiveram consigo já tenham saído da IL.