PJ detém espanhol suspeito de matar e desmembrar namorado brasileiro

A vítima, de 35 anos, é um cidadão brasileiro, dentista, que residia em Portugal. Metade inferior do corpo foi encontrada no lixo no Bairro da Lapa.

Um crime de natureza sexual terá sido o que levou ao desmembramento de um homem brasileiro de 35 anos, cuja metade inferior do corpo foi encontrada por uma equipa de funcionários da recolha do lixo, no Bairro da Lapa, em Lisboa, na última terça-feira. A Polícia Judiciária (PJ) deteve ontem um cidadão espanhol, namorado da vítima, como suspeito deste crime macabro.

Ao que o DN apurou junto de fonte judicial, a vítima trata-se de um cidadão brasileiro de classe média alta, que teria como profissão dentista e que residia em Portugal há já algum tempo. Em conferência de imprensa na sede da PJ, o diretor da Diretoria de Lisboa e Vale do Tejo, João Oliveira, adiantou que o suspeito detido mantinha “uma relação de intimidade” com a vítima há alguns anos.

O suspeito “está a ser sujeito a um conjunto amplo de diligências de recolha de prova”, acrescentou. “Temos um suspeito identificado, neste momento não há elementos tangíveis que apontem para a participação de um ou mais elementos, terceiros elementos. Neste momento não há, mas não descartamos essa possibilidade. É precisamente o trabalho que estamos a desenvolver que nos irá dizer se sim ou se não”, explicou.

O cidadão espanhol detido residia “relativamente próximo do local onde foi encontrado” o saco com membros inferiores do corpo da vítima, não tendo ainda sido encontrada a metade superior e a cabeça do corpo, “cortado ao nível da cintura”.

A PJ suspeita que a outra metade do corpo possa ter sido recolhida involuntariamente e enviada para um centro de tratamento de resíduos na região de Lisboa, onde já foram feitas diligências. “Pode nunca ser encontrado”, admitiu fonte policial.

João Oliveira sublinhou, no entanto, que a PJ se encontra ainda “numa fase relativamente inicial da investigação” e que “ainda há um caminho grande a ser feito”, sendo que as “linhas de trabalho e hipóteses” em cima da mesa “estão a ser testadas e a continuação das diligências será absolutamente decisiva” para chegar a conclusões.