Distribuição vai estar focada em refeições prontas numa década
O CEO da Jerónimo Martins considera que o país “devia olhar para a economia do mar e tornar-se um líder nessa matéria”. “A aquacultura sempre foi feita em baías na terra, portanto, vamos olhar para a aquacultura em alto mar e como é que nós poderemos cria
OO presidente da Jerónimo Martins considera, em entrevista à Lusa, que a distribuição em Portugal vai estar “totalmente focada na restauração”, dentro de uma década, e que o grupo vai crescer no agroalimentar, um “novo braço de negócio”.
Questionado como vê o negócio da distribuição daqui a 10 anos, Pedro Soares dos Santos diz que, no caso de Portugal, vai estar “totalmente focado na restauração”, ou seja, “muito mais focada em oferecer soluções prontas para as pessoas comerem”.
E, claro, terá uma parte “ainda em ingredientes”, de venda para aqueles que “têm o prazer de cozinhar”, acrescenta.
“Mas grande parte do seu negócio e da sua margem vai ser gerada na restauração”, salienta o gestor, referindo que a Jerónimo Martins (JM) vai“sempre adaptar-se-às necessidades de cada país em função daquilo que o país precisa”.
“Não vejo [essa tendência] na Colômbia, mas vejo isso em Portugal”, prossegue Pedro Soares dos Santos, que diz ver o grupo “a crescer muito” no agroalimentar e “a tornar esse um novo braço de negócio e, talvez, nalguma indústria alimentar”.
A Jerónimo Martins está presente em Portugal, Polónia e Colômbia e em novembro espera entrar na Eslováquia.
Mar:” Um pilar do nosso futuro”
Sobre Portugal, o presidente da Jerónimo Martins defende que o país “devia olhar para a economia do mar e tornar-se um líder nessa matéria”. Até porque a fronteira do mar portuguesa é os EUA.
“Temos mais mar do que Espanha e do que França”, então, questiona, por que não se olha “para a economia do mar” que é o futuro. Aliás, todos andam a “disputar o mar” como o grande futuro investimento, acrescenta, desafiando a que o país se torne “líder nisso”.
“Olhemos para isso como um pilar do futuro do nosso desenvolvimento porque estamos no meio, entre o Leste e os EUA, podíamos fazer muito pela economia do mar e tornávamo-nos país único nessa matéria também”, insiste, dando o exemplo do que a Jerónimo Martins tem feito.
“Há mais de 10 anos”, o grupo percebeu que “o peixe do mar era um problema”, pelo que “vamos começar a aquacultura, que é onde “está o futuro”.
E a aposta está “a correr bem”, trata-se de aquacultura em alto mar, conta.
“A aquacultura sempre foi feita em baías na terra, portanto, vamos olhar para a aquacultura em alto mar e como é que nós poderemos criar peixe que as pessoas continuam a olhar para ele” como sendo “do mar e bom”, diz.
A Jerónimo Martins tem aquacultura na Madeira, no Algarve e em Marrocos para a produção de robalos, douradas, garoupas, entre outros.
Quanto ao projeto-piloto de salmão que tinha em Aveiro falhou, tendo o grupo passado a deter uma participação numa empresa da Noruega que produz salmão 100% sustentável.