Lula quer ser protagonista enquanto preside ao G20
Governo, que aposta alto nas relações internacionais, já prepara cimeira de novembro com ênfase no combate à fome e na agenda climática. Mas o sucesso do encontro depende também do humor de Estados Unidos e China.
Autoridades brasileiras querem fazer do encontro do G20 um sucesso internacional – e, por consequência, nacional.
Com goles de cachaça, como aperitivo, e apresentações de chorinho, bossa nova e da escola de samba Imperatriz Leopoldinense, como sobremesa, Antony Blinken, Sergei Lavrov, David Cameron e outros ministros dos Negócios Estrangeiros tiveram, no fim de fevereiro, no Rio de Janeiro, uma amostra do que os espera em 18 e 19 de novembro, data da Cimeira do G20. “Vocês vão concordar em tudo porque o Rio junta as pessoas e inspira os melhores resultados para o mundo”, disse, com voz melosa, Eduardo Paes, prefeito carioca, perante o sorriso de concordância dos chefes das diplomacias, incluindo o de Mauro Vieira, do Brasil.
Paes, Vieira e, claro, Lula da Silva, presidente do Brasil, querem fazer do encontro do G20, grupo formado em 1999 pelos ministros das Finanças e presidentes dos bancos centrais das 19 maiores economias do mundo, mais a União Africana e a União Europeia, que representa 90% do PIB, 80% do comércio e dois terços da população do planeta, com o objetivo de favorecer a negociação internacional entre as nações mais ricas e as emergentes, um sucesso internacional – e, por consequência, nacional.
Sem esquecer nenhum detalhe. “Para falar da presidência do G20 do Brasil em 2024, é preciso falar antes da presidência do G20 da Índia, em 2023, que mudou o patamar das presidências até então de protocolar para, de facto, de liderança”, diz ao DN Leonardo Trevisan, professor de Economia e Geopolítica da Escola Superior de Propaganda e Marketing. “A Índia colocou os seus funcionários diplomáticos para trabalhar, com funções e agendas bem definidas e estabeleceu um modelo, que agora servirá para o Brasil”, acrescenta.
“E o Brasil até aperfeiçoou o mo