Arthur Cabral sai do banco para carimbar os três pontos em Rio Maior
Após o esforço de Glasgow, a equipa de Roger Schmidt preocupou-se sobretudo em ganhar ao Casa Pia, o que conseguiu apesar de ter sofrido uns sustos. Arthur Cabral resolveu.
Nesta fase da época, o importante é ganhar. Mais do que fazer exibições de gala, é essencial carimbar os três pontos e ontem, em Rio Maior, foi a essa missão que o Benfica se dedicou, perante um adversário organizado, mas que se tem revelado incipiente na hora de atacar. E, de uma forma quase burocrática, acabou por sair do pé esquerdo de Arthur Cabral, que mais uma vez não foi titular, o lance que resolveu tudo.
Para a deslocação à casa emprestada dos casapianos, Roger Schmidt não quis saber do esforço despendido em Glasgow e apostou num onze inicial praticamente igual ao que jogou em Ibrox: a única exceção foi mesmo a entrada de João Mário para o lugar de Neres. E, tal como se esperava, depois da entrevista polémica que deu esta semana, o turco Kökçü ficou fora dos convocados para a partida da 26.ª jornada da Liga.
Numa tarde primaveril, a partida começou num ritmo lento e foi preciso esperar pelo nono minuto para se ver uma aproximação significativa a uma das áreas. O Benfica ganhou um canto e, na sequência, Rafa Silva tentou duas vezes a sua sorte, apenas por ganhar mais um canto – foram oito os conquistados pelos encarnados no primeiro tempo, mas o mais significativo, esse, teria como consequência uma das três hipóteses da equipa da “casa”. Num contra-ataque bem desenhado, os gansos chegaram rapidamente à frente, com Felippe Cardoso a deixar a bola para um remate frontal de Larrazabal que sairia ao lado (10’).
O lance motivou o Casa Pia, que ameaçou novamente colocar Trubin em problemas: na esquerda, Lelo cruzou para o coração da área mas Felippe Cardoso não conseguiu enquadrar-se bem com a bola e o remate saiu muito por cima (13’)
– dois minutos volvidos, seria Nuno Moreira a tentar de longe, com Trubin a defender sem problemas.
Sentindo o perigo, o Benfica começou a pressionar mais e a empurrar o seu adversário para junto da sua área, onde os espaços escasseavam, pelo que raramente, tendo em conta o volume ofensivo dos encarnados, a baliza de Ricardo Batista foi colocada em apuros. Se a bola ainda chegou a entrar um vez nas redes – em lance anulado por fora de jogo claro de João Neves –, a verdade é que o guarda-redes dos gansos raramente teve de intervir: aconteceu num remate de Marcos Leonardo, que agarrou à segunda (20’), mas os seus defesas estiveram sempre atentos quando a bola chegava a essa zona.
No melhor lance ofensivo dos homens da Luz, uma excelente simulação de Rafa deixou Bah isolado na direita, mas o centro foi afastado, uma vez mais, por Fernando Varela (32’).
Mudar para ganhar
E o último lance de perigo no primeiro tempo voltou a pertencer aos anfitriões, depois de Pablo Roberto escapar pela direita e, já com pouco ângulo, arrancar um remate potente, que Trubin só conseguiu afastar pela linha de fundo. Portanto, o nulo ao intervalo correspondia na perfeição ao que se passara na primeira parte.
Na segunda, o Benfica apareceu mais veloz e ganhou logo mais dois cantos para a conta. Cautelosa, a equipa da casa juntou os blocos em frente à sua área, talvez esperando que o gás dos visitantes começasse a faltar depois do esforço europeu. Por outro lado, sempre que o Casa Pia tentava esticar o jogo, os encarnados encontravam o espaço que desejavam – e as hipóteses começaram a acumular-se junto à baliza de Ricardo Batista. Rafa foi o primeiro depois de um perda de bola de Neto a meio-campo (54’), depois coube a Di María tentar de longe (58’) e António Silva desperdiçar, de cabeça, um belo cruzamento de Aursnes (60’). Pelo meio, Roger Schmidt já tinha lançado Neres e Arthur Cabral (com João Mário a recuar).
E seria exatamente numa transição que o golo encarnado acabaria por chegar: perda de bola dos gansos junto à linha de fundo, saída rápida com João Mário a desmarcar o ex-Fiorentina na direita e este, com todo o espaço do mundo, só teve de puxar para dentro e rematar forte de pé esquerdo para o fundo da baliza (74’), apontando o seu quinto na Liga.
Com a vantagem, a equipa entrou naturalmente em modo de gestão, até porque pela frente tinha o pior ataque da prova. Estava feito o mais complicado e a verdade é que apenas na compensação a equipa da casa conseguiu aproximar-se da área contrária. Sem grande perigo, os três pontos estavam seguros.
Como se esperava, depois da entrevista polémica que deu esta semana, o turco Kökçü ficou fora dos convocados.