Ayele e Kosgei foram os reis da travessia da ponte
Os africanos dominaram a 33.ª edição da prova de Lisboa em masculinos e femininos. Entre os atletas portugueses, Susana Godinho (16.º lugar) e Rui Pinto (21.º) foram os melhores.
Oetíope Dinkalem Ayele e a queniana Brigid Kosgei foram ontem os verdadeiros reis da travessia da Ponte 25 de Abril ao vencerem as provas masculina e feminina, respetivamente, da 33.ª edição da Meia-Maratona de Lisboa.
Ayele cumpriu os mais de 21 quilómetros da corrida em 1:00.36 horas, deixando para trás o queniano Dominic Kiptarus, 2.º, com mais três segundos, e o alemão Amanal Petros, 3.º, a 20 segundos. O vencedor não escondeu a grande felicidade por vencer em Lisboa, depois de ter sido 2.º em 2022 e 3.º classificado no ano passado. A prova portuguesa foi apenas a segunda meia-maratona vencida pelo atleta etíope de 23 anos, depois de em março de 2023 ter sido o mais rápido na prova disputada em Incheon, na Coreia do Sul.
Na prova feminina, Brigid Kosgei chegou isolada à meta instalada em frente ao Centro Cultural de Belém, com o tempo de 1:05.51 horas. O pódio feminino ficou completo com as etíopes Bosena Mulatie, 2.ª, com o tempo de 1:09.00 horas, e Tigist Menigstu, com mais 14 segundos do que a compatriota.
“Estou muito feliz por ver aqui a minha família e isso foi fundamental. Foi o melhor tempo que fiz este ano, apesar de estar muito calor. Dei o meu melhor e estou muito feliz”, disse a atleta, que contou com os filhos junto à meta.
Aos 30 anos, a atleta queniana conquistou a primeira vitória em Lisboa, sendo que em 2022 foi 2.ª classificada. De resto, Brigid Kosgei alcançou a quarta melhor marca na distância, sendo que venceu pela quarta vez uma meia-maratona da sua carreira, depois dos triunfos em Verbania (Itália) em 2017, em Houston (Estados Unidos) e em Manama (Barhain), ambos no ano de 2019.
Refira-se que a especialidade de Kosgei são as maratonas e tem a curiosidade de a sua primeira vitória nesta prova ter sido no Porto, em 2015. Depois disso, sagrou-se Bicampeã nas prestigiadas maratonas de Londres e de Chicago.
Carlos Móia, presidente do Maratona Clube de Portugal, o organizador da prova, realçou que foi um grande dia para Lisboa e destacou o “cenário magnífico” na Ponte 25 de Abril, mas lamentou que o calor não tivesse possibilitado melhores marcas.
“Esteve um dia magnífico, mas também de muito calor, o que prejudicou os tempos, que não foram consentâneos com a qualidade dos atletas que tivemos connosco. A minha expectativa era de tempos melhores, mas temos de relevar o número de inscritos que tivemos, o maior de sempre, mesmo apesar da mudança de data devido às eleições, que fez desistir muitos estrangeiros”, lembrou o presidente da organização de uma prova que já conta com 33 edições.
Entre os atletas portugueses, Susana Godinho classificou-se na 16.ª posição e foi a melhor portuguesa em prova, com o tempo de 1:13.17 horas, enquanto Rui Pinto foi o melhor entre os atletas portugueses masculinos, terminando em 21.º lugar com a marca de 1:04.32.
A Meia-Maratona de Lisboa de 2024 contou com atletas de diversos países entre o pelotão de elite e mais de 30 000 inscritos nas várias provas que compuseram o fim de semana, entre os quais 10 000 estrangeiros.