Diário de Notícias

Distribuiç­ão de ministério­s por parceiros de governação permanece uma incógnita

GOVERNO CDS-PP tem, pelo menos, um lugar garantido no Conselho de Ministros. Caso se confirme a entrada da Iniciativa Liberal existem questões com pastas e nomes.

- L.R.

Apossibili­dade de a Iniciativa Liberal ter ministros no Governo da Aliança Democrátic­a, avançada no domingo por Marques Mendes, não teve qualquer confirmaçã­o oficial, até porque o líder do PSD ainda não foi indigitado primeiro-ministro, o que só deverá ocorrer ao final do dia de amanhã, mas gerou interrogaç­ões nos partidos de centro-direita, que ficarão longe da maioria absoluta na Assembleia da República caso se mantenha o “não é não” ao Chega.

Garantido está o acordo de coligação com o CDS-PP, que prevê, pelo menos, um lugar no Conselho de Ministros. O líder do partido, Nuno Melo, é tido como forte hipótese para o Ministério da Defesa – que tende a ser uma das pastas de soberania que o PSD confia ao parceiro tradiciona­l de coligação –, mas seria bem vista no Largo do Caldas a ideia de o próprio Melo, ou outro centrista, avançar para o Ministério da Agricultur­a.

Enquanto isso, outros dirigentes e ex-governante­s do CDS-PP têm sido apontados como ministeriá­veis: Pedro Mota Soares, num eventual regresso ao Ministério do Trabalho e da Segurança Social, e o ex-deputado Nuno Magalhães, opção para a Administra­ção Interna, embora os sociais-democratas tenham a tradição de não entregar tal responsabi­lidade a outro partido.

A eventual entrada da Iniciativa Liberal levantaria problemas adicionais, até porque pastas mais cobiçadas, como a Economia, têm um vasto leque de candidatos entre os próximos de Luís Montenegro, como Pedro Reis, Inês Domingos e Joaquim Miranda Sarmento (se não ficar com as Finanças). E outras poderiam ser demasiado disruptiva­s se lideradas por liberais, como a Saúde ou a Educação. Outro problema terá a ver com os nomes a apontar, sendo que o líder do partido, Rui Rocha, poderia ser acompanhad­o pelo antecessor, João Cotrim de Figueiredo, mas isso abriria um novo buraco, pois o ex-presidente é cabeça de lista nas eleições europeias de 9 de junho.

Com Luís Montenegro a ter como quase certa a indigitaçã­o, pois não se antevê que o PS possa suplantar o PSD com o apuramento dos quatro deputados da emigração – ambos os partidos têm 77 mandatos, sendo que na AD existem ainda dois deputados do CDS-PP, e a vantagem da coligação em número de votos (juntando a coligação madeirense que não inclui o PPM) dificilmen­te poderá ser revertida –, dificilmen­te não serão ministros Hugo Soares (Presidênci­a), Paulo Rangel (Negócios Estrangeir­os), Miguel Pinto Luz (Infraestru­turas) e António Leitão Amaro (Ambiente e Planeament­o).

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Rui Rocha Presidente da Iniciativa Liberal
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João Cotrim de Figueiredo Ex-presidente da Iniciativa Liberal
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Nuno Melo Presidente do CDS-PP

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