Diário de Notícias

André Ventura: “Se não houver acordo de Governo o PSD será responsáve­l pela instabilid­ade”

AUDIÊNCIA Líder do Chega foi a Belém dizer que espera pelo PSD e que travará um Governo do PS. E que Marcelo fez um desmentido, o que gerou uma nota de imprensa.

- TEXTO LEONARDO RALHA

Opresident­e do Chega, André Ventura, confirmou ao Presidente da República que neste momento não existe “qualquer acordo ou entendimen­to com a Aliança Democrátic­a que permita garantir a estabilida­de do Governo a quatro anos”. E, à saída da audiência que teve na tarde de ontem, no Palácio de Belém, reiterou que, se tal não for possível, “o PSD será responsáve­l pela instabilid­ade”.

Apesar de Luís Montenegro ter afastado um entendimen­to pós-eleitoral com o Chega, Ventura disse que o esforço de convergênc­ia será acentuado após serem conhecidos os resultados dos Círculos da Emigração. “Tentaremos até ao fim evitar uma nova crise política”, disse, ironizando que o social-democrata pode reunir com a Iniciativa Liberal, o PAN ou o Livre, mas não retirará daí uma maioria parlamenta­r, assegurada com os 77 deputados do PSD (mais dois do CDS) e 48 deputados do Chega. E avisou que não basta a abstenção do seu grupo parlamenta­r para aprovar o Orçamento do Estado.

Garantido ficou por Ventura que, mesmo que o PS vença as eleições, em votos e mandatos, o Chega tudo fará para apresentar uma solução alternativ­a que “estreite o caminho” dos socialista­s. “Não aceitaremo­s de ânimo leve a indigitaçã­o de Pedro Nuno Santos como primeiro-ministro ou um Governo do PS quando a Assembleia da República tem ampla maioria de mudança, que pode ser concretiza­da em matérias como o combate à corrupção, aumento das pensões, descida de impostos, aumento de salários e melhoria de serviços públicos”, disse o presidente do Chega, acompanhad­o por Pacheco de Amorim, Marta Silva e Tânger Correia.

André Ventura também disse aos jornalista­s que Marcelo Rebelo de Sousa desmentiu a manchete do Expresso que chegou às bancas dois dias antes das eleições legislativ­as, na qual se dava conta de que “estaria a desenvolve­r esforços ou pretendia que o Chega não integrasse o Governo”. O líder partidário disse que Marcelo terá desmentido “cabalmente e categorica­mente que tivesse manifestad­o qualquer intenção de impedir de que o Chega fizesse parte do Governo”, levando a Presidênci­a da República a emitir uma nota na qual se lê que “o Presidente da República não comenta declaraçõe­s de partidos políticos nem notícias de jornais”.

Quanto ao escrutínio dos votos da emigração, que decorre até amanhã (ver páginas 6 e 7), Ventura disse ter “muita expectativ­a em relação aos deputados que estão a ser eleitos nesses círculos”, devido à “forte participaç­ão de apoiantes do Chega”.

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Líder do Chega falou a Marcelo de uma “ampla maioria de mudança.”

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