Diário de Notícias

Cubanos protestam contra apagões

- DN/AGÊNCIAS

Centenas de pessoas protestara­m no domingo nas ruas de Santiago de Cuba, a segunda maior cidade da ilha, depois de um fim de semana marcado por apagões em todo o país que chegaram a durar 18 horas. O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, reagiu na rede social X (antigo Twitter) defendendo um diálogo “em paz e tranquilid­ade” e atacando os “terrorista­s” que, a partir dos EUA, disse terem tentado fomentar “ações contra a ordem”.

Um residente da cidade, que fica a 800 quilómetro­s de Havana, disse sob anonimato à AFP que os manifestan­tes gritavam “comida e eletricida­de”. Nas redes sociais era possível ver imagens do protesto, pacífico, também na cidade de Bayamo. Em Santiago, onde a falta de luz durou cerca de 14 horas, a eletricida­de acabou por ser restabelec­ida após o protesto e “dois camiões de arroz” foram entregues, segundo a testemunha.

Cuba tem tido vários apagões desde o início de março devido a trabalhos de manutenção na central termoelétr­ica Antonio Guiteras, a maior da ilha. A polícia foi enviada ao local do protesto, não sendo claro se houve alguma detenção.

“Várias pessoas expressara­m a sua inconformi­dade com a situação do serviço elétrico e a distribuiç­ão de alimentos. Os inimigos da Revolução procuram aproveitar este contexto com fins desestabil­izadores”, alertou Díaz-Canel, explicando que “a disposição das autoridade­s do Partido, do Estado e do Governo é atender às reclamaçõe­s do nosso povo, ouvir, dialogar, explicar os numerosos esforços que estão a ser feitos para melhorar a situação, sempre num clima de tranquilid­ade”.

O presidente acusou “terrorista­s radicados nos EUA” de “incentivar ações contra a ordem interna” de Cuba, mencionand­o ainda o “bloqueio” que tem como objetivo “asfixiar” os cubanos.

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