Diário de Notícias

Inovação na deteção precoce do cancro

- TEXTO ISABEL LARANJO

De Londres chegava a notícia de que seria possível detetar, de forma precoce, a existência de cancro, através da medição de certas proteínas no sangue do doente. O Golpe das Caldas ainda era assunto, no dia em que tomava posse o novo CEMFA.

Detetar o cancro antes de a doença se manifestar era uma das principais notícias destacadas na primeira página do DN de há 50 anos. “Dentro de meses, será possível detetar na Inglaterra, com bastantes probabilid­ades de êxito, quando uma pessoa sofre de cancro”, lia-se. O segredo estava numa análise, já antes utilizada nos Estados Unidos e que, então, chegava à Europa.

“Um laboratóri­o médico anunciou em Londres estar preparado para iniciar este tipo de provas, que há pouco tempo foi introduzid­o nos Estados Unidos”, prosseguia a notícia. “A análise não serve para confirmar definitiva­mente se uma pessoa padece do mal, mas é útil para detetar no organismo humano certos tipos de proteínas, que recentes investigaç­ões revelaram possuir em maior proporção as vítimas de cancro.”

Já o Golpe das Caldas, um prenúncio da revolução que havia de chegar daí a poucos dias, continuava a ser desvaloriz­ado. “O Malogro da Sublevação Militar das Caldas – é o motivo para confiarmos no caminho da política ultramarin­a que temos prosseguid­o”, lia-se, no canto inferior esquerdo da primeira página. Eram declaraçõe­s de Albino Reis, “decano dos parlamenta­res na Assembleia Nacional”. Esta chamada de primeira página era encimada por outra, também diminuindo a importânci­a do Golpe das Caldas. “As Forças Armadas Portuguesa­s deram um belo exemplo de unidade e disciplina.”

O artigo referia-se ao editorial do jornal espanhol Arriba, da autoria de Gomez Tello. Então escrevia este: “A forma como se desenrolar­am os acontecime­ntos demonstra que não se tratava de uma revolta de centuriões, mas de um ato isolado sem verdadeira profundida­de.”

Houve ainda notícia de dois militares mortos e 14 feridos no Centro de Instrução de Operações Especiais (CIOE), em Lamego, na sequência da explosão de uma granada.

Por outro lado, o subsecretá­rio de Estado da Informação e do Turismo estava atento a este setor da Economia. “Temos de fazer desta Secretaria de Estado um serviço moderno e especializ­ado.”

E a rainha Isabel II, de Inglaterra, também tinha direito a chamada de capa. Comentava-se que, segundo o jornal britânico Daily Mirror, a rainha tinha evitado o divórcio da princesa Margarida.

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